Sukita continua candidato e garante que PF prova fraude do PSB
Presidente do PSB/SE diz que caso será encaminhado ao Conselho de Ética
Política 08/09/2014 12h15

Por Fernanda Araujo

O ex-prefeito da cidade de Capela (SE), Manoel Messias Sukita, recorreu à decisão do TRE-SE do último dia 02 de setembro para o Superior Tribunal Eleitoral através de Recurso Especial e continua candidato pelo PSB/SE a deputado estadual. Em nota de esclarecimento, Sukita reafirma que membros do diretório do partido fraudaram a sua renúncia, sendo que em momento algum a havia desejado. O candidato ainda reuniu provas através da Polícia Federal contra o partido.

Um documento emitido pela PF, assinado pelo delegado Alecsander Ferreira e apresentado por Sukita à imprensa, comprova que no dia da suposta assinatura de renúncia, 9 de agosto, Sukita estava preso mantendo contato apenas com seus familiares e seus advogados. O delegado afirma ainda que neste período o ex-prefeito não manteve contato com Paulo Viana e José Carlos Felizola (advogado filiado) – descritos como testemunhas da renúncia –, tampouco recebeu documentos para assinar. Além disso, um documento do Tabelionato de Notas, autenticado em cartório, mostra que a assinatura difere da do pedido de desistência enviada pelo partido ao Tribunal Regional Eleitoral.

“É lamentável. Não tem mais desculpa, não tem mais ladainha, opinião é uma coisa, documento é outro. Os laudos da Polícia Federal e do cartório comprovam que a assinatura não é minha, que não fizeram acordo comigo e não teve testemunhas. Fizeram uma bagunça no partido. O documento foi assinado no dia 9, dia em que eu estava preso. Eles estão doidos? E agora ele (Paulo) quer dar de bom moço. Mas acredito na justiça”, disse Sukita a F5News, acreditando na prisão dos envolvidos quando o caso for apurado pelo MPF, TRE e PF. Na nota publicada em rede social, ele alerta que os membros do partido tentaram ludibriar o Tribunal.

Crimes eleitorais estão previstos no artigo 349 e 350 do Código Eleitoral. “Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro, para fins eleitorais: Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais: Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é particular”, art. 349 e 350, respectivamente.

PSB

Já o presidente estadual do PSB/SE, Paulo Carvalho Viana, afirmou em nota, no último sábado (06), que Sukita assinou, com seu próprio punho, o documento em que renuncia a candidatura e isto pode ser comprovado por qualquer perícia especializada. Paulo Viana afirma entender o “destempero verbal e emocional do ex-prefeito Sukita” e classificou como delírios os argumentos de falsificação da renúncia, que “não encontraram ressonância no seio da Justiça Eleitoral, nem respaldo entre os homens de bem de Sergipe”.

De acordo com o presidente, a sua renúncia foi um ato verdadeiro e inatacável, reconhecido pela corte eleitoral como autêntico, no entanto, só agora após perder de 6x0, Sukita apela pelo emocionalismo querendo atingir a honra dos companheiros de partido. O caso será encaminhado ao Conselho de Ética do partido, que já está investigando a conduta ética do ex-prefeito por supostas irregularidades na prefeitura de Capela. “Melhor seria se Sukita colocasse a cabeça no lugar, com as sandálias da humildade, e fosse pensar nos erros que cometeu, e não culpasse o partido por sua derrota na Justiça, cujas decisões deveriam merecer o respeito de todos”, escreveu Paulo Viana.

Abaixo documentos apresentados por Sukita:

Matérias relacionadas

“Tinha Valadares como meu pai”, afirma Sukita

Sukita nega que assinou documento do PSB renunciando a candidatura

Registro de candidatura de Manoel Sukita é negado após recurso da PRE/SE

Mais Notícias de Política
Câmara dos Deputados aprova, em 2º turno, PEC que autoriza auxílio emergencial
11/03/2021  16h54 Câmara dos Deputados aprova, em 2º turno, PEC que autoriza auxílio emergencial
A proposta também prevê mecanismos para evitar o descontrole dos gastos públicos
Bolsonaro critica novamente restrições impostas por governadores
11/03/2021  16h49 Bolsonaro critica novamente restrições impostas por governadores
Para presidente, vírus e desemprego são problemas que se agravam
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados/Reprodução
11/03/2021  13h39 Câmara começa sessão para votar PEC Emergencial em segundo turno
Votação em primeiro turno terminou no início da madrugada de hoje (11)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Reprodução
11/03/2021  13h20 Ao Congresso, Pazuello nega atraso em cronograma de vacinação
Ministro encaminhou ofício com informações aos presidentes da Câmara e do Senado
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Reprodução
11/03/2021  13h18 Wajngarten é exonerado da Secretaria Especial de Comunicação Social
O almirante Flávio Augusto Viana Rocha assume interinamente o cargo