Zé Dirceu: “Como não terminou o julgamento, espero que se faça justiça”
Condenado promete recorrer ao Tribunal Criminal Internacional
Política 08/03/2013 08h52

Por Joedson Telles

“Eu vou pedir que se faça justiça. Como não terminou o julgamento ainda, espero que se faça justiça. Eu não concordo com a sentença, tenho base legal e vou recorrer.” O apelo parte do ex-presidente do PT Nacional, José Dirceu, que foi condenado a mais de anos 10 de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa, no escândalo do ‘mensalão’, em sua passagem por Aracaju, ao ser  entrevistado pelo site 247. Antes, o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula conseguiu driblar a imprensa, ao divulgar que chegaria às 18h, mas antecipar seu desembarque para as 16h, no Aeroporto de Aracaju, onde chegou de jatinho, longe dos holofotes. Diferente de outros tempos, Dirceu foi recepcionado por poucos petistas - apenas um com mandato.  

Na entrevista que concedeu ao jornalista Valter Lima, do Sergipe 247, Dirceu, para provar sua inocência, prometeu apresentar recursos, os embargos declaratórios e infringentes, na tentativa de reverter a decisão do STF. “Depois, vou caminhar para uma revisão criminal, vou bater as portas do Tribunal Criminal Internacional, porque o grau de jurisdição não foi obedecido, evidentemente que eu não posso ser condenado pela teoria do domínio do fato sem provas, nem que o julgamento seja feito às vésperas do primeiro e do segundo turno, como se fosse uma boca de urna política, durando quatro meses e meio, sendo transmitida pela televisão”, disse o condenado. “Eu espero que o STF reveja a minha sentença. Eu tenho este recurso com relação a formação de quadrilha e redução das penas e das multas que eu vou apelar.”

Zé Dirceu observou que nunca houve isso no Brasil. “O STF parou. Foi um julgamento excepcional. E eu vou continuar apresentando para a sociedade as minhas razoes e usando de todos os recursos que a lei me garante. Eu tenho evidentemente de fazer isto, porque senão estou aceitando que sou culpado. Mas eu sou inocente. Vou dedicar a minha vida até que isto seja devidamente esclarecido”, prometeu.

Segundo ele, quando o procurador geral da República fala que as provas contra são tênues e vários dizem que não há provas, mas pelo cargo que ele detinha deveria saber, qualquer cidadão vai chegar a mesma conclusão: no mínimo, foi um julgamento excepcional.

“Para não dizer que foi de exceção e político. Repito: a coincidência com o período eleitoral, às vésperas do primeiro e segundo turno, era uma tentativa de julgar, não o cidadão José Dirceu, mas, de certa maneira, o PT e o governo do presidente Lula, que foi sempre o objetivo da oposição desde que surgiu essa questão do caixa dois. O que aconteceu foi um caixa dois, empréstimos que foram feitos por duas empresas em bancos repassados. Não há dinheiro público e não é fato que os serviços não foram prestados a Visanet. Os serviços foram prestados e nós vamos provar isso nas próximas semanas. Temos a documentação para provar”, assegurou Dirceu.

“No meu caso não há provas. Só o Roberto Jeferson dizendo que eu instituí o mensalão, mas ele foi cassado porque não provou que existia o mensalão. Ele fala que houve mensalão, mas no caso dele, serviu para campanha eleitoral. É tão grosseiro tudo que foi construído. Isso tudo, na verdade, foi uma grande campanha política contra o presidente Lula e seu Governo, que queriam levar ao impeachment, que só não ocorreu por causa da mobilização que ocorreu em defesa do Governo e terminou no STF, com essas ponderações.”

Leia a entrevista completa acessando o site Sergipe 247

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