Abandono: Prédio do INSS no centro de Aracaju continua sendo depredado
Desocupado desde 2012, local atrai vândalos e gera riscos aos transeuntes Cotidiano | Por Aline Aragão 15/12/2020 18h00O cenário de destruição não passa despercebido aos olhos de quem caminha pela rua Sete de Setembro, ou Praça João XXIII, no Centro de Aracaju. O prédio que por muitos anos abrigou a sede do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), e que ainda hoje serve como referência de localização na capital sergipana, está sendo continuamente depredado. Os atos de vandalismo não têm hora para acontecer, mas na maioria das vezes ocorrem à noite, quando não há vigilância.
As calçadas e parte da rua no entorno da edificação estão tomadas por estilhaços de vidros, restos que sobraram das paredes envidraçadas do primeiro pavimento e também das jenelas, que têm sido um dos principais alvos dos arrombadores - eles quebram o vidro e furtam a estrutura de metal. Sem as paredes de vidro, é possível ver a destruição no interior: forro caindo e cheio de buracos, entulho e móveis revirados.
O vendedor ambulante Ronaldo Feitosa diz que tem medo de passar pelo local e vê a situação de depredação piorar a cada dia, sem nada ser feito. "Faz medo cair um vidro desse na cabeça de quem passa, mas só assim vão tomar providência", alerta.A dona de casa Rosimeire Silva também ficou assustada quando viu a situação do prédio. "Parece que jogaram uma bomba, o medo que faz é a gente se cortar nesses vidros ou cair alguma coisa de lá de cima em nossa cabeça", diz.
Na última sexta-feira (11), dois homens foram presos pela Polícia Federal depois de terem sido flagrados praticando atos de vandalismo contra o patrimônio público. No final de semana, as polícias Civil e Militar também estiveram no prédio e, na noite dessa segunda-feira (14), a PM efetuou prisões no local.
O gerente executivo do INSS, Raimundo Brito, falou ao F5 News nesta terça-feira (15) que pretende murar o entorno do prédio para coibir os atos de vandalismo. "Já acionei as polícias Civil, Militar e Federal, e agora a alternativa vai ser construir um muro de concreto para tentar evitar esses arrombamentos", disse ao portal.
Brito explicou que o órgão não tem intenção de reformar o edifício e, sim, de vendê-lo. O prédio já participou de quatro leilões, mas nenhum potencial comprador demonstrou interesse. "O valor acaba afastando, mas infelizmente não pode ser menor, para não desvalorizar outros imóveis na região", afirmou.
O prédio foi desocupado em 2012, depois de ter sido interditado pela Defesa Civil por apresentar problemas na instalação elétrica e risco de incêndio. Tempos depois, chegou a ser ocupado por moradores sem teto. Após a reintegração de posse, a Defesa Civil solicitou a retirada do revestimento de pastilhas, que estavam se desprendendo e pondo em risco quem passava pelo local. Um cercado também foi instalado, para evitar que as pessoas ficassem na área da edificação.





