Sergipe
Acusada de assassinar estudante propositalmente em 2010 vai a júri popular
Família da vítima confia na condenação da acusada
Cotidiano | Por Márcio Rocha 23/02/2021 15h10

No dia 9 de março, o Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe irá realizar seu primeiro júri popular deste ano. Trata-se do julgamento de Lênia Feitosa Vieira, que provocou de forma deliberada um acidente na avenida Melício Machado, na madrugada de 9 de janeiro de 2010, após colidir seu veículo VW Cross Fox contra o veículo GM Corsa, que era ocupado pela estudante Valéria Menezes de Oliveira, que tinha 23 anos, e seus amigos. Lênia perseguiu o carro em que Valéria estava e em alta velocidade, bateu contra o carro ocupado pelas vítimas, provocando a morte instantânea da estudante no local do crime.

O inquérito da Delegacia de Delitos de Trânsito indiciou Lênia Vieira pelos crimes de homicídio doloso, contra Valéria, e tentativa de homicídio contra as três outras vítimas que ficaram gravemente feridas no ataque. Além da morte de Valéria Oliveira, os outros ocupantes do carro atingido ficaram com sequelas, sendo dois deles com problemas permanentes de mobilidade e audição. Lênia fugiu do local e foi presa em 24 de janeiro e conseguiu responder o processo em liberdade, após movimentos judiciais.

O desembargador Luiz Mendonça, em decisão do ano de 2015, destacou que a acusada atirou seu carro contra o das vítimas de modo intencional. "Existem sim nos autos, diversos indícios de que a acusada agiu de forma intencional, movida por sentimentos de ciúme", disse o desembargador à época. A acusada terminou fazendo de seu carro uma arma mortal. Mendonça continuou afirmando que houve tentativa de dificultar as investigações do acidente, quando houve o pedido de habeas corpus para Lênia. "Diversamente do que disseram os impetrantes, a paciente não facilitou as investigações, mas ao contrário, dificultou bastante, relatando histórias fantasiosas, juntamente com as testemunhas por ela apresentadas, todas desmentidas durante a investigação policial, pelo próprio desencontro de informações, e pelas interceptações telefônicas decretadas, que constataram que a paciente não se encontrava onde disse estar, bem como pelas constantes ameaças proferidas contra as testemunhas", ressaltando a tentativa de intimidar quem presenciou o crime.

A delegada Carina Rezende, à época do assassinato de Valéria declarou que também houve tentativa de confundir o trabalho da investigação policial, com a colocação até de testemunhas falsas para mentirem para os policiais civis que apuravam o caso. Ela destacou que famílias foram afetadas severamente.  “Ela destruiu quatro famílias. Uma de forma mais drástica. As vítimas carregam até hoje as consequências: uma está com problemas para ouvir; outra está sem andar. E todos são jovens”, afirmou.

A irmã da jovem assassinada, Tamiris Menezes, confia na condenação da acusada pelo homicídio que vitimou Valéria, destruindo sua vida, seus sonhos e perspectivas. “Já são 11 anos de espera e muita dor. É triste pra nós da família ver e encontrar constantemente com essa assassina em supermercado, saindo, bebendo, farreando como se nada tivesse acontecido e nós sofrendo com tudo há tanto tempo. Pois são 11 anos esperando por esse julgamento. Dia 9 de março será o julgamento, que será doloroso também. Mas ainda mais doloroso é saber que no dia 19 Valéria faria 35 anos, era para estar aqui viva, casada, com família, filhos. Tudo isso foi destruído. Não foi acidente, foi um homicídio. Ela bateu propositalmente no carro, tem uma ficha extensa na polícia, riu de nossa cara nas audiências. Perder minha irmã me deu uma dor que nunca passará. Meu pai não é mais o mesmo, até hoje está abalado psicologicamente, perdeu a alegria de viver porque essa mulher destruiu minha família”, diz, indignada Tamiris.

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