Ana Paula foi vítima de feminicídio, afirma Polícia Civil de Sergipe
Advogado do suspeito disse que, após ver inquérito, decidirá se continua no caso
Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 23/05/2019 11h20 - Atualizado em 23/05/2019 11h41

A Polícia Civil de Sergipe descartou na manhã desta quinta-feira (23) a possibilidade de latrocínio - roubo com morte - baseado nos laudos periciais já realizados após o crime do último dia 11, quando Ana Paula de Jesus Santos foi morta com golpes de marreta na cabeça em Aracaju (SE). O principal suspeito é Vitor Aragão, marido da vítima.

Durante a coletiva de imprensa, a delegada geral, Katarina Feitosa, afirmou que as investigações continuam sob sigilo e confrontou informações passadas pelo advogado Valter Neto, do suspeito. Ele alega dificuldade em obter acesso ao laudo pericial.

"A defesa tem total acesso aos autos, certamente algumas peças estão sob sigilo e não podem ser divulgadas para facilitar as investigações e, principalmente, para proteção das pessoas envolvidas", afirmou a delegada.

Questionado pelo F5 News sobre a averiguação dos laudos, o advogado foi enfático, colocando em xeque a sua continuidade no caso. "Ainda não abandonei, vai depender do inquérito policial. Eu preciso ver, até porque as provas que ela [Katarina Feitosa] vai produzir, que vão na direção do feminicídio e que foram feitas sem a minha presença, eu não concordo e saio do processo", afirmou o advogado Valter Neto.

A investigação do crime já resultou que a Polícia o classifique como feminicídio. "Não foi um latrocínio, isso a Polícia Civil do Estado tem certeza, não seríamos irresponsáveis de afirmar uma situação dessa se não tivéssemos certeza. Não podemos ainda falar sobre as provas colhidas nos autos, pois existe a proteção a testemunhas e o respeito às famílias", disse Katarina.

A Polícia ainda informou que qualquer questionamento da defesa deve ser realizado dentro dos autos do processo.

Vitor Aragão está preso temporariamente desde a semana passada. O objetivo é concluir o inquérito dentro do prazo da prisão temporária decretada judicialmente, solicitada pela Polícia Civil.

O advogado ainda questionou a veracidade dos laudos técnicos e as declarações prestadas por familiares da vítima. De acordo com ele, as evidências apresentam contradições. "A defesa tem que contrapor o que está dizendo dentro do laudo pericial, e ele estar acessível para ser questionado. A única pessoa que pode não aceitar esse laudo dentro da precepção final é o juiz", afirmou o perito criminal do caso, Philipe Maia.

* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.

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