A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) em Aracaju passa por problemas financeiros e corre o risco de ter dificuldades para manter as atividades da instituição. Com um déficit que gira em mais de R$ 300 mil atualmente, funcionários, fornecedores e prestadores de serviços estão com pagamentos atrasados há cerca de três meses.

Foto: Apae Aracaju

A situação se dá, segundo o presidente da instituição, Max Santos Guimarães, pela redução nas doações para a entidade por meio do telemarketing,  que registrou queda de 20%. A instituição cita também a espera por repasses de um convênio por parte da Secretaria Municipal de Saúde no valor de R$ 140 mil mensais e pelo envio de recursos de um Termo de Patrocínio com a Companhia de Saneamento (Deso) da ordem de R$ 15 mil.

“Estamos na tratativa com a Deso, já tem de três a quatro meses em diálogo, e então deixamos nesse momento de receber desse recurso. Temos um convênio junto a Secretaria Municipal de Saúde, para o Centro Especializado em Reabilitação, que estávamos sem o repasse há dois meses mas está sendo normalizado agora. Mas a situação no momento é que a gente está realmente com o pagamento atrasado”, relata Max.

Segundo ele, um repasse já foi feito pela saúde municipal na última segunda e estava previsto novo depósito esta semana. No entanto, a expectativa foi pela renovação do convênio sinalizado pela secretaria feito na manhã desta sexta-feira (29), por meio do programa Viver Sem Limites do Ministério da Saúde, para colocar as contas em dia. Em reunião na semana passada com a secretária Waneska Barboza, de acordo com o presidente, foi garantida a renovação do aditivo.

“Com a renovação e trâmite final de aditivo iremos liquidar praticamente os salários dos funcionários, e pagamento de fornecedores, prestadores de serviço, entre outras despesas que temos. [O convênio] é a principal fonte de renda da instituição, até porque, hoje a instituição trabalha em cima desse Centro Especializado em Reabilitação”, informou ele.

O repasse de outras parcelas que a instituição afirma ter a receber ainda está em discussão com o Município. Os repasses segundo a Apae, se referem a uma cobrança antiga de um convênio originário com a pasta. No começo do ano, uma reunião foi feita para esclarecer detalhes sobre pendências existentes na prestação de contas e que, segundo a secretaria, impedia de fazer os repasses federais.

“Na reunião da semana passada a secretaria pediu relatório, solicitaram informações complementares que a gente está fornecendo, apresentamos e estamos aguardando. O relatório mostra que a instituição ficou com o valor em aberto de R$ 360 mil. A secretaria repassou aos técnicos que estão analisando isso e, assim, a gente possa receber esse recurso e liquidar todo o débito e trazer melhorias para a instituição cada vez mais”, afirmou Max.

Com uma despesa mensal hoje entre R$ 160 a 180 mil, a Apae possui um quadro de 60 funcionários contratados com carteira assinada e atende a mais de 70 municípios do estado, promovendo assistência a pessoas com deficiência intelectual e/ou múltipla e suas famílias. Max Guimarães afirma que, apesar do montante recebido através de convênio e por meio de doações, a demanda e as despesas são grandes.

"Recebemos sim uma quantia, não é pouco para esse convênio, mas isso é questão de proporção e a gente cada vez mais busca melhorar. A conta de energia é alta, são mais de 1.100 atendimentos mensais na área de reabilitação. Mas, mesmo assim, a gente busca aumentar o atendimento porque tem pessoas com deficiência que necessitam dessa qualidade de vida", considera o presidente.

A Secretaria Municipal de Saúde informou ao F5 News que um repasse mensal do convênio foi depositado no dia 15 e o segundo nesta quinta-feira. A pasta ressaltou ainda que a renovação do aditivo que estava em fase de conclusão e foi celebrado na manhã de hoje, será válido até julho de 2020, aprovado pela secretária Waneska Barbosa e pela Procuradoria Geral do Município.

Em relação às parcelas em aberto, o ofício com as documentações da instituição foi recebido pela pasta e será encaminhado para os órgáos de controle do município a Controladoria Geral - CGM e a Procuradoria Geral - PGM, com o objetivo de analisar juridicamente a possibilidade de liberação dos valores.

F5 News procurou a assessoria da Deso, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

Como ajudar

A instituição também precisa de doações para manter as atividades. Para ajudar, confira os dados para depósito.

BANESE

Conta corrente 101.116-9 / Agencia 014 /Tipo 03

BANCO DO BRASIL

Conta Corrente 4676-0 / Agencia 0017-5 / Tipo 03

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Conta Corrente 630-3 /Agencia 1045 /Tipo 03

O Call center da entidade é (79) 3246-9500