O Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) da Polícia Civil passou a funcionar em regime de plantão a partir desta semana em Aracaju. A informação foi divulgada hoje (23) pela Secretaria da Segurança Pública (SSP/SE).

A medida foi adotada após as reivindicações de ativistas do movimento LGBTT, que cobraram reforço das ações de enfrentamento à violência de gênero no estado após a morte da transexual Laysa Fortuna, esfaqueada no final da semana passada nas imediações do prédio onde funciona o DAGV, no centro da capital sergipana.

A delegacia especializada passa a funcionar 24 horas todos os dias da semana, de acordo com a pasta. A SSP informou ainda que equipes próprias do DAGV, compostas por agente, escrivão e delegado, “atenderão casos não só de violência contra o público LGBT, mas também casos de violência contra mulher, racismo, idosos, criança vítima, estupro e injúria racial”.

Desde que a Delegacia de Combate à LBBTfobia foi instalada em Aracaju, em novembro do ano passado, houve dez agressões verbais (entre injúria e difamação), seis lesões corporais e sete ameaças que culminaram em 19 Termos Circunstanciados e cinco inquéritos policiais.

Segundo dados da Associação de Defesa Homossexual de Sergipe (Adhons), em Sergipe já foram registrados este ano quatro homicídios de LGBTTs. O caso mais recente foi da transexual Laysa Fortuna, de 26 anos, morta após ser esfaqueada por um homem que, segundo as investigações, costumava importunar transexuais que atuam na região onde ocorreu o crime. O acusado nega o crime, mas deve ser indicado por homicídio doloso.

A sede do DAGV fica na Rua Itabaiana, 258, no centro da cidade.