Após mortes no Copemcan, internos são transferidos para presídio em Aracaju
Baixo efetivo de agentes prejudica a segurança das unidades prisionais, alerta Sindpen
Cotidiano | Por Fernanda Araujo 01/02/2019 15h56 - Atualizado em 01/02/2019 16h09

O confronto entre grupos rivais teria motivado os homicídios registrados no presídio do município de São Cristóvão, região metropolitana de Aracaju (SE), nos últimos dois dias. Os internos Wesley Santos Silva, 33, e Marcos José Lima Queiroz, 24, foram mortos no Complexo Manoel Carvalho Neto (Copemcan) supostamente após brigas na unidade.

A direção do Copemcan abriu um procedimento administrativo disciplinar para apurar os fatos e a Secretaria de Justiça e de Defesa do Consumidor (Sejuc) iniciou a transferência de 39 presos para o Antônio Jacinto Filho (Compajaf), no bairro Santa Maria, para evitar novos confrontos.

A situação é vista com preocupação pelo Sindicato dos Agentes Penitencários (Sindpen), que alega baixo efetivo de agentes para conter os detentos.

As duas mortes ocorreram na ala B do pavilhão 3 e, segundo a entidade, havia somente três agentes para 550 internos. “A situação está sob controle mesmo com baixo efetivo, porém o baixo efetivo prejudica toda a segurança nos presídios, os tornando uma bomba relógio”, afirma o presidente do sindicato, Wesley Alves.

De acordo com o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), o ideal seria um agente para cada cinco presos. “Para se ter uma ideia, no Copemcan existe uma média de 16 agentes por plantão para tomar conta de quase 2.900 presos. Enquanto nos presídios terceirizados eles trabalham dentro da capacidade e respeitam a recomendação de um por cinco”, relata Alves.

O Copemcan, que tem capacidade para 800 presos, atualmente possui sob custódia 2.818 internos. Segundo o secretário de Justiça, Cristiano Barreto, a transferência dos presos que estavam alojados na Ala B, é importante para desarticular grupos rivais.

A Polícia Civil  abriu inquérito para apurar os homicídios, também investigados pela Corregedoria da Secretaria de Justiça e de Defesa do Consumidor.

Segundo a Sejuc, por questões de segurança, a transferência dos internos foi feita sob sigilo na quinta-feira (31). O Departamento do Sistema Prisional (Desipe) utilizou seis veículos na operação, sendo um de suporte, duas viaturas com os internos e outras duas fazendo a escolta.

Ainda de acordo com a pasta, com o último concurso realizado no Estado o efetivo de agentes penitenciários deve ser reforçado no Copemcan com a convocação dos aprovados. A Sejuc, porém, não tem informações de quantos e quando devem ser chamados. 

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