Aracaju melhora oferta, mas reduz investimento em saneamento
Estudo do Trata Brasil aponta gargalos no sistema da capital sergipana Cotidiano | Por F5 News 24/07/2019 07h15 - Atualizado em 24/07/2019 19h07O Instituto Trata Brasil divulgou nesta terça-feira (23) o ranking de saneamento de 2018 e apontou Aracaju em 47º lugar entre os cem maiores municípios do país avaliados. O estudo considera os dados referentes ao ano de 2016, fornecidos por prestadores estaduais, regionais e municipais de serviços de acesso à água, coleta e tratamento de esgoto, além de resíduos sólidos.
Entre as variáveis estudadas estão população, fornecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, investimentos e perdas de água. Aracaju avançou dezessete posições no ranking - em 2017 estava em 64º lugar. Segundo o levantamento, 99,29% da capital possui abastecimento total de água, uma evolução de apenas 0,15% desde 2012, quando tinha 99,14%, estando na prática próxima da universalização, assim como outros 20 municípios com atendimento total superior a 99%.
Conforme os dados, Aracaju se destaca dentre as capitais que mais reduziram o nível de perdas de faturamento no período, quando se registrou uma redução de 32,31% em 2015 para 22,60% em 2016; de 2012 a 2016, a redução foi de 29,74%. Em seguida vem Teresina – PI e Macapá –AP. Já na distribuição de água, as perdas também diminuíram, saindo de 41,54% em 2015 para 33,45% em 2016. Em cinco anos, a evolução neste quesito foi de 24,13 pontos percentuais.
Entre os indicadores, também avaliou-se a quantidade de novas ligações de água e ligações tratantes (85,46% em 2016) e de novas ligações de esgoto e ligações faltantes (17%).
Apesar da melhora da oferta, o Instituto Trata Brasil aponta gargalos para o sistema. No quesito de evolução no atendimento total de esgoto, como coleta e tratamento, ainda é preciso avançar. Os dados apontam que em 2015 aumentou de 39,93% de cobertura para 48,48% em 2016; acima de 23 capitais, porém, abaixo de outras melhores avaliadas como Boa Vista, João Pessoa e Palmas. No tratamento, com o aumento no mesmo percentual, Aracaju ficou acima de 20 capitais, mas abaixo de cidades como Porto Alegre, Cuiabá, João Pessoa, Vitória, Boa Vista e Brasília. De 2012 a 2016, o aumento de atendimento de esgoto na capital sergipana registrou 14,99 pontos percentuais.
Já o valor de investimentos para o saneamento reduziu em 2016 em relação ao ano anterior. Desde 2012, a aplicação na área obteve crescimento, chegando ao maior patamar de R$ 111,12 milhões em 2015. No entanto, esse valor sofreu uma queda de 30% em 2016, que registrou R$ 77,30 milhões investidos. Em cinco anos, o investimento foi de R$ 358,26 milhões em saneamento. Por habitante, a média anual de investimento é de R$ 111,69.
F5 News procurou a Companhia de Saneamento, Deso, que é a operadora do serviço na capital sergipana, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Cidades avaliadas
No geral, os índices na maioria das cidades avaliadas não são animadores, sendo ainda tímido o avanço no número das regiões com a oferta total de esgoto e água, com uma situação de distribuição de água no país desigual e no tratamento de esgoto ainda preocupante, além de apontar que o investimento em saneamento diminuiu pelo terceiro ano consecutivo.
Entre 2012 e 2016 foram investidos R$ 22,20 bilhões em valores absolutos nas capitais, sendo que São Paulo foi a cidade com o maior investimento, R$ 9,11 bilhões (mais de 40% do total), seguido de Rio de Janeiro (R$ 1,92 bilhão) e Recife (R$ 1,39 bilhão). No investimento médio anual por habitante, Boa Vista foi a capital que, em média, mais investiu com R$ 234,47. O segundo município foi Cuiabá – MT com R$ 199,09 investidos, seguido por Palmas - TO, com R$ 197,74 e Vitória - ES, com R$ 190,20.
Para a instituição, o estudo tem sido fundamental para revelar a lentidão com que avançam os serviços de água, coleta e tratamento de esgotos no Brasil e constata que a tão necessária universalização dos serviços não acontecerá sem um maior engajamento dos prestadores e do comprometimento dos governos federal, estaduais e municipais.


Falta de acesso à habitação persiste e desafia efetivação da cidadania

Testagem ocorre a partir das 8h, na área externa da UBS Carlos Hardmam.

Os contratos terão duração de até um ano, com possibilidade de prorrogação

Homem foi flagrado pelas câmeras de segurança do Ciosp levando uma porta

Secretária Mércia Feitosa lembra necessidade de reduzir ocupação de leitos