Aracajuanos têm dificuldades para conseguir atendimento em hospitais
SMS começa a regularizar escalas médicas, mas agora enfrenta crise com demais servidores Cotidiano | Por Will Rodriguez e Fernanda Araujo 08/01/2019 14h42 - Atualizado em 08/01/2019 15h09O barbeiro Hudson Souza chegou às 7h da manhã desta terça-feira (8) no Hospital Nestor Piva, na zona norte de Aracaju, em busca de atendimento para a sua esposa, Elisandra Souza, que estava com um quadro de pressão alta. Cinco horas mais tarde, continuava na porta da unidade de urgência municipal sem sequer conseguir uma senha para entrar na fila da triagem.
Hudson foi apenas um entre as dezenas de aracajuanos encontrados pela reportagem do F5 News no hospital à espera de atendimento. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) prometeu regularizar a situação do Nestor Piva nesta terça, mas quem chegava era orientado a seguir para o já superlotado Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), opção descartada pelo barbeiro.
“Estou com medo de ir para casa e o quadro dela se agravar. Já estive na UPA do Augusto Franco (Fernando Franco), mas está fechada. Se ela tiver uma crise vou ter que levar ao Huse, mas lá o atendimento está difícil também. É uma situação terrível, um descaso total”, desabafou Hudson, enquanto tentava amparar a esposa deitada sobre cadeiras na recepção do Nestor Piva.Do lado de dentro da unidade, fiscais do Conselho Regional de Medicina (CRM) cobravam da Secretaria da Saúde as escalas médicas necessárias para reabertura do Hospital, que está sob interdição ética desde o final de semana. No começo da tarde, apenas a escala do setor clínico estava completa e o Nestor Piva foi desinterditado parcialmente.
A vice-presidente do CRM, Rika kakuda, explicou que a reabertura da área clínica foi autorizada para atenuar a desassistência enfrentada pela população há uma semana.
Segundo ela, os conselheiros continuarão indo à unidade diariamente para verificar as condições do atendimento. “A escala deve ter, inicialmente, pelo menos quatro clínicos”, disse.
Já os setores cirúrgico e ortopédico permanecem fechados até que as escalas sejam recompostas, mas não há previsão de quando isso vai acontecer. “Vamos continuar trabalhando para recompor a escala. Se chegar algum caso grave da Cirurgia ou Ortopedia, será atendido porque há profissionais. Contudo, o CRM optou pela desinterdição parcial para resguardar a atividade do profissional e a integridade dos pacientes. Vamos monitorar isso diariamente e esperamos restabelecer todo atendimento até o final do mês”, afirmou a secretária da Saúde, Waneska Barbosa.
A Crise Continua
Apesar de começar a estabilizar a situação do Nestor Piva, a solução encontrada pela administração municipal desencadeou outros problemas. A UPA Fernando Franco continua interditada e os trabalhadores do Nestor Piva não querem ser transferidos para a unidade da zona Sul. A transferência, que segundo a SMS, ainda não começou e deve ocorrer de forma gradativa ao longo do mês, gerou revolta dos servidores, que reagiram protestando ao longo da manhã.A supervisora administrativa, Hildete Pereira, trabalha no Nestor Piva desde sua inauguração em 2006. Ela reclama da falta de diálogo com os trabalhadores antes do anúncio de transferência. “Quem elaborou esse projeto não pensou no funcionário. Nunca negamos assistência a ninguém aqui. São mais de 200 profissionais que terão suas vidas desestruturadas, e muitos têm outro vínculo, mas eles só pensaram na viabilidade para eles”, reclamou.
Segundo a secretária Waneska, a realocação dos trabalhadores não será feita a toque de caixa. Ela disse que a Secretaria vai conversar com cada servidor para adequar a necessidade da rede municipal. “À medida da necessidade, veremos a condição de (cada servidor) ir para qualquer equipamento (de Saúde) do município”, informou a secretária, ressaltando que, por enquanto, os funcionários permanecem lotados no Nestor Piva.


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