Atriz Nicete Bruno morre aos 87 anos vítima da Covid-19
Ela estava reclusa, mas foi infectada durante visita de um parente assintomático Cotidiano | Por F5 News 20/12/2020 15h54 - Atualizado em 21/12/2020 08h20A atriz Nicette Bruno, 87 anos, morreu neste domingo (20), por complicações provocadas pela Covid-19. Ela estava internada desde o dia 26 de novembro na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro. A informação da morte foi confirmada pelo hospital.
"Nicette morreu hoje, às 11h40, devido a complicações decorrentes da covid-19. O hospital se solidariza com a família neste momento", diz a nota.
De acordo com o boletim médico, o estado de saúde de Nicette “era considerado muito grave”. Ela estava sedada e dependente de ventilação mecânica.
Segundo familiares, Nicette estava reclusa em casa, cumprindo o isolamento durante toda a pandemia, mas no mês passado recebeu a visita de um parente que estava assintomático, e acabou sendo infectada.
Em uma publicação nas redes sociais, a filha de Nicette Bruno, a também atriz Beth Goulart, fez uma corrente de oração, deixou um recado para os familiares de pacientes de coronavírus e agradeceu o trabalho dos profissionais de saúde.
“Minha mãe, minha vida, meu amor #teamomaezinha #deuscuidadaminhamãe”. “ORAÇÃO PARA NICETE” e para todos os doentes de Covid, fortalecimento para os familiares e para as equipes de saúde que estão trabalhando incansavelmente. Gratidão a todos”.
Trajetória
Nicette Xavier Miessa nasceu em Niterói (RJ), no dia 7 de janeiro de 1933. Começou a carreira ainda pequena, aos 4 anos, em um programa infantil na Rádio Guanabara. O sobrenome Bruno, adotou da mãe, Eleonor Bruno Xavier, de família com tradição artística.
Aos 9 anos de idade, tomou gosto pelo teatro ao ingressar no grupo da Associação Cristã de Moços (ACM). Depois disso, passou pelo Teatro Universitário e pelo Teatro do Estudante, criado pelo ator Paschoal Carlos Magno.
Aos 14 anos, já era atriz profissional na Companhia Dulcina-Odilon, da atriz Dulcina de Morais, na qual estreou na peça "A filha de Iório". Pela atuação como Ornela, recebeu prêmio como atriz revelação da Associação Brasileira de Críticas Teatrais.
Aos 19 anos, Nicette, ainda no teatro, conheceu Paulo Goulart (1954-2014), com quem dividiu a vida por quase 60 anos, e também o palco. O casal teve três filhos e todos viraram atores. São eles Bárbara Bruno, Beth Goulart e Paulo Goulart Filho.
O início da carreira na televisão foi em 1950, com a estreia da TV Tupi, onde participou de recitais e de teleteatros. Atuou na primeira adaptação do "Sítio do Picapau Amarelo", exibida entre 1952 e 1962. Anos depois, estrelaria uma segunda versão da obra de Monteiro Lobato, produzida pela Globo entre 2001 e 2004, como Dona Benta.
Após trabalho na TV Continental com Paulo Goulart, estreou em sua primeira novela com "Os fantoches", em 1967, na TV Excelsior.
Voltou então à Tupi para grandes sucessos, como "Meu pé de laranja lima" (1970), "Éramos seis" (1977) e "Como salvar meu casamento" (1979) – inacabada, a novela foi a última da extinta emissora.
Nicette foi para a Globo em 1981, após convite do diretor e ator Fabio Sabag para fazer parte do elenco do seriado "Obrigado, doutor" como a freira Júlia, auxiliar do protagonista interpretado por Francisco Cuoco.
Na emissora, sua primeira novela foi "Sétimo Sentido" (1982), de Janete Clair. Na obra, deu vida a Sara Mendes, mãe da paranormal de Regina Duarte.
Depois, esteve em "Louco Amor" (1983), de Gilberto Braga, na qual interpretava a cozinheira Isolda.
Ao longo dos anos, integrou elencos de novelas como "Selva de Pedra" (1986), "Rainha da Sucata" (1990) e "Mulheres de areia" (1993).
Em 1997, interpretou sua primeira vilã em novelas da Globo, a malvada Úrsula, em "O amor está no ar".
Depois de anos no novo "Sítio do Picapau Amarelo", voltou a novelas em 2005 como a Ofélia de "Alma Gêmea", de Walcyr Carrasco. Depois, esteve em outra obra do autor, "Sete pecados" (2007), como Juju, grande amor do personagem de Ary Fontoura.
Nos últimos anos, passou por novelas como "A vida da gente" (2011), "Salve Jorge" (2012), "Joia Rara" (2013), "I love Paraisópolis" (2015) e "Pega Pega" (2017).
Em 2020, foi homenageada na versão da Globo de "Éramos seis" ao interpretar madre Joana, uma freira que na reta final encontrava Lola (Gloria Pires), personagem que deu vida na original da TV Tupi.
*Com informações do portal Memórias Globo





