Bloquinho termina em tiros e pancadaria na zona sul de Aracaju
Evento não tinha autorização da PM, somente dos órgãos municipais. Duas pessoas foram presas
Cotidiano | Por Fernanda Araujo 16/02/2020 10h24 - Atualizado em 17/02/2020 09h47

Um bloquinho de Carnaval terminou em confusão e correria na noite deste sábado (15) no bairro Jardins, zona Sul de Aracaju. Disparos de arma de fogo foram ouvidos e agressões levaram ao fim da festa que reuniu milhares de pessoas pelas ruas daquela região.

O bloquinho "Mamãe, Chego Já" acontecia na avenida Antônio Carlos Leite Franco, no fundo do Parque Augusto Franco (Sementeira) há algumas horas quando o público começou a correr. Testemunhas disseram que foram ouvidos vários tiros por volta das 21h, além de pessoas que estavam sendo agredidas no meio da festa por outros participantes. Em um dos vídeos que circulam nas redes sociais um jovem estava sendo agredido por outros quatro quando policiais aparecem e apartam a briga.

Relatos dão conta ainda que a Polícia Militar dispersou quem estava na parte de fora do evento e na correria foliões foram vítimas de assalto. 

O evento, amplamente divulgado pelas redes sociais, segundo o tenente coronel Fábio Machado, assessor de comunicação da Polícia Militar, não estava autorizado pela Corporação para sua realização com o devido policiamento da área.

Segundo o tenente coronel Fábio Machado, o evento estava sendo realizado sem autorização quando por volta das 20h30 a Polícia Militar foi acionada via 190 pelos moradores da região, pois estavam tendo várias brigas e perturbação do sossego. "A PM ao chegar no local foi recebida com garrafadas, onde inclusive uma viatura foi danificada, dois policiais militares foram agredidos. Foi constatado no local várias brigas e uso de entorpecentes", disse o oficial.

Ainda de acordo com o assessor, para dispersar a multidão foi necessária a utilização de disparos de arma não letal e duas pessoas foram presas.

Já para o uso do espaço, a Prefeitura de Aracaju informa que havia autorização da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito, Empresa Municipal de Serviços Urbanos e Secretaria Municipal do Meio Ambiente. De acordo com a assessoria da prefeitura, não é necessário que a organização comprove aos órgãos que a PM foi informada para fazer o policiamento, pois são as alterações de trânsito e fiscalização de poluição sonora, por exemplo, que cabem à Prefeitura. "Entretanto, essas autorizações não eximem à organização de outras liberações no âmbito da esfera estadual, como é o caso da Polícia Militar", diz em nota.

O acesso ao evento era gratuito na pista, com proposta de ser sustentável e doação de duas garrafas pets na portaria, além de possuir área isolada, com abertura dos portões prevista para as 13h e área vip para quem comprou ingresso. Na rede social da organização, foram publicadas regras para acesso ao evento, como a informação de que havia segurança particular, apoio de Bombeiros Civis e proibição para entrada com bebidas, de menores de idade sem autorização, de uso de som na porta ou ao redor do evento e de pessoas vestindo camisas de torcida organizada ou qualquer partido político.

Alguns foliões comentaram sobre o ocorrido no Instagram do evento. "Vendo um monte de gente criticando a polícia, mas já pararam para analisar a situação? A PM já tinha ido com umas 5 VTR [viaturas] e tinha determinado o fim do evento. A organização ficou lá fazendo a polícia de besta, briga comendo solta, roubo, enfim...Deu no que deu!", disse uma internauta.

Já em outra postagem um folião critica também a polícia. "Eu fiquei decepcionado com o fim do evento e a maneira que os organizadores trataram os foliões da festa... Não entendi o porquê dos policiais militares estarem agindo de tal forma, agressivos, não souberam sequer ter comunicação, uma menina desmaiada quase sem ar no chão e o Policial mandando tirá -la de lá como se não tivesse nada, que eu saiba não se pode mexer em ninguém nesse estado, fora que fui pedir socorro que acredito ser função da PM não somente de repressão e prevenção e simplesmente disse: ligue para 193", afirmou.

"Primeira e última vez que vou, fiquei mais correndo de briga do que me divertindo. Fora os tiros, correria, desesperador! Sem contar que meus amigos e eu estávamos esperando @osfaranis e fomos pegos de surpresa quando avisaram que não iriam mais tocar e os policiais começaram a expulsar todo mundo. Decepção total!", postou outra foliã.

F5 News tentou contato com a produção do evento que ainda não se pronunciou sobre o assunto. O Portal permanece à disposição. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Edição de texto: Will Rodriguez
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