Socorro
Borracheiro confessa ocultação de corpos e não demonstra arrependimento
Primeiro crime foi praticado há oito anos e não se descarta que ele tenha feito outras vítimas
Cotidiano | Por Fernanda Araujo e Will Rodriguez 03/05/2019 16h00 - Atualizado em 03/05/2019 21h24

A comunidade de Nossa Senhora do Socorro, na região metropolitana de Aracaju (SE), se deparou com uma notícia que chocou todos os sergipanos diante de um crime obscuro. Usando um pé de cabra, Josenaldo dos Santos da Silva, de 36 anos, matava as vítimas por motivos fúteis e as enterrava nas dependências de uma borracharia de sua propriedade no conjunto Marcos Freire 2. Na noite de ontem (2), ele indicou o local onde assassinou e enterrou três dos quatro corpos encontrados.

À Polícia Civil, ele confessou três assassinatos depois que os corpos, em avançado estado de decomposição, foram encontrados enterrados no quintal da casa onde em frente funciona o comércio do suspeito. Uma quarta vítima também foi localizada pela polícia em seu antigo endereço no bairro Piabeta, em Socorro. Com mandados de prisão e buscas nos dois endereços, a polícia conseguiu prender o suspeito.

As identidades dos quatro corpos, sendo de duas mulheres e dois homens, ainda não foram confirmadas pelo Instituto Médico Legal, que aguarda resultado dos exames. 

As investigações, segundo contou a delegada Luciana Pereira do Departamento de Homicídio (DHPP), se iniciaram em junho de 2018 com o desaparecimento de José Batista em março daquele ano, após indícios de que a vítima teria sido morta. O principal suspeito, o borracheiro, era seu vizinho. "Nós supomos que possa ser uma das pessoas localizadas ontem", disse a delegada.

Novamente, em fevereiro deste ano, houve um novo desaparecimento; o de Denilson, conhecido como Batoré. O inquérito que estava na 5ª Delegacia, em Socorro, foi remetido ao DHPP e a família ouvida pela delegada. No dia 23 de março deste ano, Josenaldo teria encontrado sua terceira vítima; uma mulher, supostamente com o nome Maria Aparecida, que ele conheceu em uma seresta e, de lá, seguiram para a borracharia. 

"Sobre a suposta morte de José Batista, ele alega que a vítima estava desconfiando que ele traficava. Ele disse que era apenas usuário e por conta disso ficou chateado e o matou. Com o Batoré, ele disse que brigaram por conta de um furto de celular. O Josenaldo tinha se posicionado a favor da pessoa que furtou e o Batoré teria feito um comentário contra ele, que se sentiu ameaçado. Ele convidou o Batoré para a casa dele e nesse momento ceifou a vida dele", disse a delegada Luciana Pereira. 

A segunda mulher encontrada foi o primeiro crime, confessado pelo suspeito, que teria acontecido há oito anos, depois de tê-la conhecido em um bordel e a levado para sua residência. Por conta de uma tentativa frustrada de roubar um objeto da vítima, ele a matou; tempos depois desenterrou o crânio da vítima e se livrou da evidência. 

Até agora, Josenaldo não tinha passagem pelo sistema prisional e nenhum Boletim de Ocorrência registrado contra ele. No entanto, testemunhas chegaram a afirmar que o borracheiro tinha comportamento agressivo quando contrariado. A Polícia Civil revela ainda que o suspeito morava com o filho, com quem mantinha uma relação abusiva de maus tratos, abusos psicológicos e de submissão. 

"O filho foi ouvido, em três dos casos ele não estava na casa, porém estava no de uma das mulheres. Não encontramos nenhum indício de participação dele. Possivelmente, o filho poderia até desconfiar, mas ele tinha muito medo do pai", ressalta Pereira.

Sem arrependimento

A polícia ainda não conseguiu traçar o perfil psicológico do acusado, mas revela que Josenaldo não demonstra qualquer remorso ou arrependimento pelos crimes, deixando claro que voltaria a cometer assassinatos. "Ele acha que agiu corretamente", diz a delegada.

Novas buscas em terceiro endereço do suspeito devem ser realizadas com o objetivo de descobrir se existem mais vítimas. A Polícia Civil pede que quem tiver parente desaparecido na região de Nossa Senhora do Socorro e este possua algum vínculo com o borracheiro, procure o DHPP, em Aracaju. 

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