Sergipe
Campanha solidária busca compra de bicicleta para vendedor de livros
Conhecido como "Fúria", ele teve sua bicicleta roubada em Aracaju no dia 1º
Cotidiano | Por Fernanda Araujo 05/11/2020 18h29 - Atualizado em 05/11/2020 18h48

Uma campanha solidária foi mobilizada nas redes sociais com objetivo de adquirir uma bicicleta para um vendedor de livros que teve seu meio de transporte e de trabalho roubado em Aracaju (SE). João Antônio do Nascimento, de 46 anos, mais conhecido pelo apelido de Fúria, atua no Sebo ou como alfarrabista - nome popular dado a livrarias que compram, vendem e trocam livros usados - e por meio da bike faz as entregas dos materiais vendidos pela internet.

A ação coletiva - que termina hoje às 20h - pretende levantar recursos para a compra de uma bicicleta nova para que Fúria possa continuar trabalhando. Em uma ação rápida, ele teve roubada em um assalto à mão armada sua Caloi 100 de cor cinza alumínio, nas imediações da praça Tobias Barreto, no bairro São José, na capital, na noite do dia 1º de novembro. Ele conta que havia parado no semáforo quando dois motociclistas se aproximaram. "Mandaram eu descer e correr sem olhar pra trás. E aí, na fuga, perdi até meu óculos de grau. Voltei para o local onde estava e pedi pra pedirem um Uber. Feriado, fim de ano, ruas vazias, é um pedido perfeito pra ladrões. Já escapei de vários, mas dessa vez não deu", lamenta ele. Natural de Itapipoca, no Ceará, Fúria reside em Sergipe desde 1985.

Além de vender os livros usados, ele conta que às vezes também gera material novo. São todos os tipos de livros, exceto didáticos, divulgados nas suas redes sociais, o instagram @jan_lonan, com entrega grátis na capital e pedidos pelo WhatsApp (79) 98856-5258. "Um sebo tem como premissa a ecleticidade. Outrora era núcleo de formação de leitores, hoje é uma classe quase extinta. Os que resistem são verdadeiros heróis na labuta árdua da manutenção desse hábito que é fundamental para um povo e uma nação", pontua.

Fúria diz ainda que passou a vender os livros pela internet por conta da pandemia. "Vendia no corredor da UFS juntamente com outros parceiros - Daniel Niilan, Sebo do Silva, Sebo Balbúrdia, Sebo do Marx, Sebo Cicloteca Severina, Livraria Ágora, Editora Expressão e Arte, Disco Especiais (discos de vinil). O fechamento da UFS devido à pandemia nos obrigou a esta saída: da venda online e entrega a domicílio", afirma ele, que recebia convites para participar de bazares e outros eventos, um deles o Encontro de Sebos, que acontecia no Parque Augusto Franco (Sementeira) a cada seis meses.

Enquanto isso, ele afirma que está sem conseguir trabalhar. "Trabalhei seis anos no Lado B Studio no ramo da música e ao mesmo tempo vendendo livros. O livro sempre presente. A recessão levou-me ao desemprego. E, desde então, tenho me virado desta maneira. Fora isso,  quando tinha eventos de shows sempre estava no palco na função de roadie [profissional que afina e instala instrumentos para um show], direção técnica. Trabalhei no Forró Siri, Fasc, Sesc Canção, Festverão, Rasgadinho e outros. Porém, com a pandemia a classe do backstage ficou sem função", ressalta.

Para ajudá-lo, os depósitos podem ser feitos na conta de Emanuelle Andrade de Oliveira, por meio da Caixa Econômica Federal, Agência 0059, Operação 013, Conta 78239-8, CPF 01769686525. 


 

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