Feminicídio
Caso Ana Paula: MP tenta reverter decisão que pôs marido em liberdade
Família da representante comercial também questiona decisão e teme impunidade
Cotidiano | Por Will Rodriguez 10/07/2019 10h43 - Atualizado em 10/07/2019 20h48

O Ministério Público de Sergipe (MP) vai recorrer hoje (10) da decisão que pôs em liberdade Victor Aragão, acusado de matar a esposa Ana Paula de Jesus Santos, 26 anos, com golpes de marreta, em maio deste ano, em Aracaju. O suspeito já está em liberdade, conforme informou a Secretaria da Justiça. 

O juízo da 8ª Vara Criminal de Aracaju considerou desnecessária a conversão da prisão temporária de Victor em preventiva pelo fato de ele não ter antecedentes criminais, e aplicou medidas cautelares, entre elas o monitoramento por tornozeleira eletrônica. 

No entanto, a promotora de Justiça Claudia Franco discordou da decisão por entender que os indícios de autoria do crime estão claros no inquérito, que ainda será encaminhado à Justiça. No recurso ao Tribunal de Justiça (TJ), ela pretende solicitar que a decisão seja revista ainda em primeiro grau. 

"Com o devido respeito ao magistrado, nesse tipo de crime - feminicídio - o indiciado se vale da facilidade de ser um ambiente doméstimo para fazer valer a sua agressão. Neste caso, a vítima estava dormindo e o filho do casal estava dentro da residência", afirmou Claudia Franco em entrevista à FAN FM. 

A promotora ainda demostrou preocupação com a possibilidade de que, solto, o réu tente influenciar os depoimentos das testemunhas que ainda serão ouvidas em juízo. "Ele tentou simular uma situação de assalto e conseguiu enganar os parentes, tanto que não foi preso em flagrante", acrescentou Franco, reforçando haver "indícios claros de que o crime foi praticado por meio cruel, com impossibilidade de defesa e motivação torpe". 

Impunidade 

A família de Ana Paula também reagiu insatisfeita à liberdade de Victor Aragão. O irmão da representante comercial, João Paulo de Jesus dos Santos, disse que a notícia deixou todos os parentes apreensivos, principalmente com a segurança do filho do casal, e voltou a pedir justiça pela morte de sua irmã. 

"Uma pessoa que faz uma execução bárbara dessa vai responder em liberdade? Será que ninguém tem família para entender o que estamos passando? Quem me garante que ele não irá tentar nos coagir? Se ele teve coragem de ir ao velório levar um presente que minha irmã tinha comprado para a minha mãe, uma tornozeleira vai segurá-lo?", questiona João Paulo. 

A defesa de Victor Aragão não se manifestou sobre o assunto até a publicação desta notícia. O F5 News está à disposição através do 79 3218-8379 ou do jornalismo@f5news.com.br 

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