Saúde
Colesterol alto: sedentarismo e alimentação ruim contribuem para o problema
Especialistas explicam os fatores de risco e complicações para a sua saúde; entenda
Cotidiano | Por Fernanda Araujo 09/08/2019 19h38 - Atualizado em 10/08/2019 10h38

O desenvolvimento de doenças está associado a diversos fatores de risco que podem ser controlados com a alimentação adequada e a prática de atividades físicas. O colesterol alto, é um dos vilões que podem trazer graves consequências à saúde. A necessidade de manter o seu controle, lembrado no país no dia 8 de agosto, se soma à importância da prevenção.

Apesar da ideia de que alimentos gordurosos são sempre propícios para o aumento do nível de colesterol ruim, médicos afirmam que existem alimentos ricos em gordura que são saudáveis e, na verdade, em alguns casos auxiliam na sua redução. "Existem as gorduras boas e as ruins. Têm alimentos gordurosos que a gente pode ingerir tranquilamente, por exemplo, o abacate", afirma o médico Caio Andrade.

O consumo exagerado de alimentação rica em gordura saturada, porém, está entre os fatores que elevam o colesterol, segundo a cardiologista Tatiana Bastos. "Óleos de coco e dendê, carne vermelha em excesso, gema de ovo, manteiga, laticínios, mortadela, salame, queijos amarelos e alimentos industrializados. Além do excesso de peso, sedentarismo, o consumo abusivo de bebidas alcoólicas, tabagismo, estresse, hereditariedade e a idade mais avançada", cita.

Para combater esse vilão, ter uma dieta balanceada é um dos principais meios, ao invés daquela comida rápida e prática. "A gente pode combater uma série de doenças se alimentando de forma saudável, só que infelizmente a gente é conduzido a comer errado pelo estresse e pela rotina do dia a dia", diz Andrade.

Após o início da menopausa, as mulheres costumam ter aumento no nível de colesterol, como explica a cardiologista. Apesar de ser mais frequente em pacientes com o avançar da idade, segundo a médica, estudos brasileiros populacionais demonstram prevalências de 10 a 23,5% de aumento do colesterol em crianças e adolescentes. "A infância é cada vez mais considerada a fase estratégica na prevenção da aterosclerose em nível populacional, na medida em que os hábitos de vida (causas importantes da modulação do risco cardiovascular) são formados nesta fase", ressalta Bastos.

Silencioso, este problema também está associado a outras causas, segundo os especialistas, como a eventual predisposição genética, o uso de medicamentos e também a ausência de exercícios físicos. A personal trainer Mary Carvalho, afirma que a atividade física acaba sendo uma ferramenta barata e de fácil acesso para combater e prevenir.

"Os exercícios físicos ajudam no controle do peso corporal e essa redução está associada a baixas taxas de LDL e triglicerídeos e ao aumento de HDL. A prática do exercício físico e a dieta equilibrada atuam como prevenção e tratamento de doenças coronárias e suas consequências. Porém, essa prática precisa ser regular e orientada para que possa influenciar na melhoria da aptidão física, refletindo na saúde e na capacidade de um bom e equilibrado funcionamento do organismo", pontua Mary.

"A melhor forma de prevenir é aliar exercícios físicos à alimentação saudável. Controlando o peso, fazendo exercício ou praticando esporte, você se sente melhor e diminui o risco de infarto e os níveis de colesterol no sangue. Todo paciente com colesterol elevado deve se submeter à dieta, exercícios e se estiver acima do peso, emagrecer. Entretanto, é importante lembrar que em indivíduos com predisposição genética a colesterol alto, a dieta embora possa ajudar será insuficiente na maioria dos casos", reitera Bastos.

Perigo para o coração

Para a saúde, o colesterol alto pode causar malefícios como, a mais comum, a formação de placas de gordura nas artérias que levam ao endurecimento e entupimento dos vasos sanguíneos, a denominada aterosclerose - doença inflamatória crônica. "Com a obstrução dos vasos, o coração recebe uma quantidade menor de oxigênio e nutrientes, tendo suas funções comprometidas e levando a doenças como angina, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e até a morte súbita. Quando acomete as artérias carótidas e cerebrais, pode levar até a acidentes vasculares cerebrais", alerta a cardiologista.

Segundo Tatiana Bastos, o surgimento, no entanto, varia conforme o risco cardiovascular individual que leva em consideração doenças que o paciente tenha, medicações em uso e histórico familiar, por exemplo. A intensidade do controle do colesterol com alimentação e/ou com auxílio de medicamentos, de acordo com a cardiologista, também depende do risco cardiovascular do indivíduo.

"Em indivíduos com graus menores de risco o controle pode ser menos intensivo. Além de alimentação pobre em gorduras saturadas, com aumento no consumo e mono e poli-insaturados (óleos de oliva, canola e soja), recomenda-se mudanças no estilo de vida como cessão do tabagismo, atividade física regular e perda de peso se houver obesidade", ressalta.

Ligue o sinal de alerta

Apesar de não apresentar sintomas, o colesterol alto pode ser prevenido com a mudança do estilo de vida e através de exames médicos. A coleta de sangue, segundo a cardiologista, é a única maneira de identificar os níveis. "O paciente deve procurar ajuda médica principalmente quando existe história familiar de colesterol alto, quando tem excesso de peso ou quando possui doenças relacionadas ao excesso de peso e outros fatores de riscos associados", diz.

Evitar o estresse, conforme Tatiana Bastos, também contribui para diminuir o risco de infarto e reduzir o colesterol. "Procure transformar as suas atividades diárias em algo que lhe dê satisfação. E faça uma dieta com baixos níveis de gordura e colesterol: seja rigoroso no controle da alimentação", orienta Bastos.


 

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