Com CDDs fechados, serviço de entrega dos Correios fica prejudicado em SE
Justiça determinou fechamento de unidade onde exista caso confirmado de Covid-19 Cotidiano | Por Aline Aragão 25/06/2020 07h00 - Atualizado em 25/06/2020 10h41Uma decisão da Justiça do Trabalho em Sergipe determina o fechamento de unidades dos Correios em que haja confirmação de casos do novo coronavírus. A decisão é do dia 15 de maio e atende ao pleito do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos de Sergipe (Sintect/Se), levando em consideração o risco de contaminação que a atividade provoca. Com o fechamento de Centros de Distribuição (CDD), os atrasos na entrega de cartas e encomendas são inevitáveis.
De acordo com o sindicato, o primeiro caso entre os trabalhadores dos Correios em Sergipe foi confirmado no dia 11 de maio, no CDD da Zona Norte – o primeiro a ser fechado, mas que já retomou as atividades. A partir daí, outros casos foram surgindo. "Como a gente temia, na última semana houve uma explosão no número de casos entre trabalhadores dos Correios”, disse o secretário geral do sindicato, Jean Marcel.
Pela decisão proferida pela juíza do trabalho Marta Cristina dos Santos, se um trabalhador testar positivo, as atividades da unidade onde ele trabalha devem ser suspensas e os demais trabalhadores testados. Só podem retornar quando recebem o resultado negativo, os que testam positivos permanecem em quarentena até a recuperação.
Segundo o sindicalista, já foram confirmados cerca de 20 casos e outros profissionais estão afastados à espera de resultados. Com isso, estão fechados o CDD Atalaia no bairro Aeroporto; CDD Zona Sul no bairro Ponto Novo; Socorro em Nossa Senhora do Socorro. Já o Centro de Entrega de Encomendas (CEE) que fica no bairro Siqueira Campos foi fechado, mas já voltou a funcionar com efetivo reduzido.
O sindicato diz que entende o impacto que a medida representa, mas diz que no momento é preciso pensar em proteger a saúde e a vida do trabalhador dos Correios, que em Sergipe são cerca de 600.
“Dentro de um CDD existem muitos objetos e locais de uso coletivo, então o risco de contaminação é grande. A nossa atividade é um serviço essencial, mas sobretudo é preciso salvaguardar os trabalhadores e seus familiares”, diz Marcel, ao lembrar que tanto os carteiros como atendentes estão na linha de frente: o atendente no atendimento ao público nas agências e o carteiro nas ruas e residências e ambos podem ser vetores de transmissão.
Marcel destaca ainda o aumento de cerca de 30% na carga, devido ao comércio eletrônico ter crescido em função da pandemia. Ele chama atenção para o risco que isso acarreta. “Nossa preocupação desde o início foi a carga que circula por todo país e não passa por um processo de higienização. A gente tá lutando pra que nenhum trabalhador tenha problema”, diz.
A informação dos Correios é que desde o mês de março estão sendo realizadas adequações nas operações para garantir o acesso da população aos serviços postais, considerados essenciais.
Por meio de nota, os Correios dizem estar cientes das demandas das ações judiciais e reitera que tem adotado as medidas preventivas que o momento exige para preservar a saúde e o bem estar de todos os empregados. "A estatal está acompanhando a situação de saúde dos seus funcionários, prestando o apoio necessário e, também, atuando para garantir o bom funcionamento das atividades operacionais”, diz.
"A situação, naturalmente, tem impactado as atividades operacionais dos Correios em Sergipe, já que o efetivo está reduzido e alguns centros operacionais encontram-se temporariamente com as atividades interrompidas. O atendimento de clientes para a retirada de encomendas em unidades de distribuição será retomado oportunamente”, prossegue.
A nota destaca ainda que, das 86 agências no estado, apenas duas estão fechadas. As demais estão abertas ao público, disponibilizando produtos e serviços do portfólio dos Correios, e também realizando o cadastro para o Auxílio Emergencial.
Para minimizar os transtornos, a empresa informa que tem realizado medidas como o redirecionamento da carga para outras unidades, remanejamento de empregados e organização de mutirões nos finais de semana, para entrega de correspondências e encomendas.





