Por Adriana Meneses

Primeiro, o prefeito Edvaldo Nogueira surpreende os aracajuanos ao anunciar que durante o período de um ano não haverá reajuste na tarifa do transporte público municipal e reduz em 3% a taxa de Imposto sobre Serviço (ISS) para as empresas de transportes coletivos de Aracaju. Depois, os empresários se reúnem e dizem que não aceitam a decisão do prefeito, e que encaminharão novo pleito à Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de Aracaju (SMTT) defendendo reajuste de 8%, que elevaria a tarifa dos transportes coletivos para R$ 2,43.

Mas qual a opinião de quem precisa utilizar o transporte público para se deslocar diariamente e cumprir com as suas obrigações? F5 News foi às ruas e conversou com alguns usuários para saber opiniões sobre o não reajuste da tarifa. Ao que parece agradou, porém com algumas ressalvas.

Para a auxiliar de escritório Ivone Soares, que precisa utilizar ônibus todos os dias para chegar ao trabalho, a decisão do prefeito em não reajustar a tarifa estaria mais que correta, pois, segundo ela, o transporte coletivo não oferece ao cidadão o conforto pela alta tarifa de R$ 2,25 que já é paga. “Já pagamos um valor altíssimo para utilizar de ônibus caindo aos pedaços, sem manutenção, sempre lotados. Congelar o preço foi bom, mas agora é que a situação vai piorar mesmo”.

Já para a dona de casa Enedina dos Santos (foto abaixo), que precisa se locomover com seu filho Pedro, cadeirante, a situação é bem mais complicada. Ela afirma que chega a esperar horas em um ponto de ônibus para conseguir entrar em um transporte adaptado e que, depois desse incômodo, acontece de muitas vezes o elevador estar quebrado e ela precisar ajudar o filho a subir e depois desarmar a cadeira de rodas. “Aumentar passagem para quê? Somos obrigados a passar por esse tipo de constrangimento quase que diariamente. Houve o aumento ano passado e nada melhorou, imagina agora sem reajuste. Acredito que os ônibus que já estão péssimos vão se tornar inutilizáveis pela população”, ressaltou.

“Já encontrei até barata no ônibus”. Essa é a reclamação de Auxiliadora dos Santos. Para ela, o não reajuste da tarifa do transporte será um pretexto para que os ônibus continuem sem manutenção. “Esse veículos não têm reparo. Por muitas vezes já entrei em ônibus com os bancos soltos e o piso com buracos que davam para ver a rua. Sem falar nos insetos que temos que conviver em harmonia. Sinto que essa foi uma estratégia para que a população não reclame das condições dos ônibus porque não teve aumento da passagem”, salientou