Conheça histórias de sergipanos que tentam voltar ao mercado de trabalho
De janeiro a março, mais de quatro mil pessoas ficaram desempregadas no Estado Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 01/05/2019 06h59 - Atualizado em 02/05/2019 08h01Março foi um mês desastroso para quem buscou emprego. De acordo com números gerais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia no último dia 24 de abril, o Brasil fechou 43.196 empregos com carteiras assinadas no último mês, número oposto ao mesmo mês do ano passado, quando foram contabilizados 56.151 vagas abertas. O saldo negativo para este ano é o pior para o mês desde 2017, quando foram contabilizados 63.624 fechamentos.
Segundo o economista Rodrigo Rocha, a economia brasileira tem sofrido muito, o que na mesma proporção acontece com a sergipana. O motivo é a crise econômica enfrentada pelo país ao longo dos últimos anos. "Um dos sinais mais claros e traumáticos da crise é justamente o desemprego", afirmou.
Mas a esperança não pode ser deixada de lado e é assim que o eletricista Aésio Francisco Silva, de 36 anos, corre atrás de uma oportunidade. Desempregado desde o início deste ano, a função é para ele o menos importante no momento, o que vale é ter novamente sua carteira assinada e um trabalho digno, capaz de gerar renda e permitir uma estabilidade.
"Tenho que agarrar a oportunidade, o mercado de trabalho é difícil. Fiz o cadastro no Núcleo de Apoio ao Trabalho (NAT) e já realizei duas entrevistas, estou aguardando o resultado. O bom do local é que você faz uma entrevista, e às vezes pode concorrer a vários cargos", afirmou Aésio.
A situação vivida por Salviana Santos Silveira, 35, e Esla dos Santos Souza, madrasta e enteada respectivamente é ligeiramente mais dramática, isso porque elas tentam há mais de um ano conseguir um emprego, mas não estão tendo sucesso nas tentativas. Na segunda-feira (29), estiveram juntas no NAT para renovar o cadastro e tentar participar de entrevistas de emprego.Salviana, há mais tempo longe de um trabalho formal (um ano e um mês), busca uma vaga de operadora de caixa ou promotora de venda. Ela garante que já trabalhou na área por cinco anos e cinco meses, e possui experiência para assumir a função, entretanto apontou que a maior dificuldade atualmente está no aumento de contratações por indicação.
"Aquela pessoa que tem uma amiga querendo emprego indica para o setor e ela acaba sendo contratada, com isso as vagas são preenchidas antes mesmo de serem divulgadas, prejudicando o trabalhador que se cadastra em locais que intermediam contratações", afirmou a mulher.
A enteada, Esla, concordou com a madrasta e apontou que a insistência deve existir. "Sabemos que há a questão do conhecimento, mas devemos insistir e aprimorar o nosso currículo, apresentando os nossos aspectos principais que foram desenvolvidos e aprimorados durante a vida", concluiu.O Currículo
A consultora de Recursos Humanos, Clarissa França, admitiu que o currículo é uma grande ferramenta analisada pelos contratantes, por isso, o candidato tem que atualizá-lo frequentemente. "Dois aspectos são fundamentais, um bom currículo e a forma de contribuição com a empresa. Os candidatos devem apresentar esses aspectos para se sair bem nas entrevistas", afirmou.
Ainda conforme Clarissa, o currículo é o primeiro e talvez único contato que a empresa tem com o profissional antes da contratação e demonstrar que ao longo dos anos foi buscado um aprimoramento intelectual é importante para estar à frente do concorrente. "Demonstra atitude, vontade de aprender e mostra que o profissional tem bastante experiência. O foco prévio também é importante, pois mostra que a pessoa tem determinação", disse a consultora.
Um erro para os jovens que buscam o primeiro salário é em relação a ganância por um alto salário. De acordo com ela, esse deve ser o último aspecto a ser almejado, tendo em vista que a construção da carreira profissional é que agregarar valor para que o profissional tenha salários com valores mais altos.
Expectativa
De acordo com o economista Rodrigo Rocha, apesar do cenário ser negativo para o trabalhador, a possibilidade de aprovação de algumas reformas estruturais, fundamentais para estimular os investimentos produtivos, como por exemplo a reforma da previdência e a reforma tributária, são dadas como possíveis soluções.
"Quando houver maior segurança que as contas públicas brasileiras vão seguir uma trajetória mais estável, haverá uma melhoria no ambiente econômico brasileiro, que impactará positivamente a economia sergipana também, possibilitando novos empregos", afirmou.
Em Sergipe, o profissional acredita que é necessário aperfeiçoar o ambiente de negócios, reduzindo as burocracias e estimulando novos negócios, em especial os inovadores, através de mais investimentos em ciência, tecnologia e inovação, criando as condições propícias ao desenvolvimento de negócios portadores de futuro, que gerarão mais empregos em Sergipe.
* Estagiária sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.


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