Sergipe
Consumidores aracajuanos reclamam das altas no preço da gasolina
Segundo IBGE, em janeiro o combustível esteve 2,60% mais caro comparado a dezembro
Cotidiano | Por Laís de Melo 09/02/2021 13h30

A Petrobras anunciou um novo reajuste no preço do litro do combustível nesta última segunda-feira (8), o terceiro concedido no ano pela estatal, este de cerca de 8%. Apesar de o aumento ser direcionado para as refinarias, se reflete diretamente no preço final repassado aos consumidores nos postos. Para quem depende do automóvel como meio de transporte e de geração de renda, tem sido cada vez mais difícil rodar.

Essa é a avaliação do motorista de aplicativo Daniel Rosa. Segundo ele, para quem utiliza somente gasolina como combustível para abastecer e trabalhar, tem se tornado inviável continuar no ramo. “A gasolina não para de aumentar e, além disso, tem os outros custos também - pneus, manutenção do carro. Todos esses preços subiram e o valor das corridas baixou. Praticamente está se tornando inviável para quem roda de gasolina. A única saída que eu vejo é a pessoa rodar no GNV, porque, se não, a margem de lucro da pessoa é praticamente zero”, diz o condutor. 

Pensando nisso, e diante dos constantes aumentos no preço da gasolina desde o ano passado, Daniel instalou no seu veículo o Gás Natural Veicular, mas, para isso, precisou desembolsar cerca de mil reais, o que nem todos conseguem fazer. “Coloquei GNV para aumentar meu lucro, mas eu abasteço R$ 50 de gasolina a cada 15 dias para o carro ligar. Já tinha os dois cilindros de GNV, então tive custo somente com a instalação. Para quem não tem, o valor pode chegar a quatro mil reais”, disse ao F5 News

Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre os dias 31 de janeiro a 06 de fevereiro, a média de preço do litro de gasolina comum praticados em Aracaju foi de R$ 4,817. O valor máximo encontrado, entre os 21 postos pesquisados, foi de R$ 5,089. Além disso, conforme pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a gasolina se manteve 2,60% mais cara no mês de janeiro passado em Aracaju, comparado com o mês de dezembro de 2020. 

Na manhã desta terça-feira (09), o comerciário aracajuano Carlos Alberto abastecia o veículo num posto de combustível na avenida Augusto Franco, em Aracaju, e revelou insatisfação com os preços praticados no estabelecimento, de R$ 4,79 o litro. 

“É um absurdo esse preço. Estamos num país que é fértil de tudo, mas temos a gasolina mais cara. E ainda mais num ano de pandemia praticam esses aumentos. Não respeitam mais os seres humanos”,  disse, insatisfeito, ao F5 News

No mesmo local, o também comerciante Otávio Gomes fez coro com Carlos Alberto quanto à insatisfação com o preço do combustível. Para ele, a saída tem sido abastecer com etanol, medida que a seu ver tem valido a pena. “É uma disparidade. Tínhamos uma Petrobras autossuficiente no nosso Estado, e os combustíveis a preços absurdos. Não justifica, porque temos refinarias localizadas próximas do estado. Por isso tenho utilizado álcool, mesmo tendo o consumo um pouco maior, mas pelo menos polui menos”, afirmou. 

Para o administrador de empresas Fábio Rodrigues, também tem sido difícil tirar o carro da garagem. “O salário da gente não aumenta, mas a gasolina, sim, e muito. Está bem acima da inflação. Ou seja, está complicado se locomover em Aracaju”, resume.

 

Edição de texto: Monica Pintosh
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