Duas pessoas morrem em operação contra tráfico de drogas em Aracaju
Grupo vendia maconha do tipo skunk, com custo estimado de R$ 15 mil o quilo Cotidiano | Por Saullo Hipolito 24/09/2020 08h20 - Atualizado em 24/09/2020 10h21Duas pessoas morreram, na manhã desta quinta-feira (24), durante operação da Polícia Civil sergipana, deflagrada em três estados brasileiros, para o combate de um grupo criminoso que atua na distribuição do entorpecente conhecido como maconha do tipo skunk, com custo estimado de R$ 15 mil o quilo.
Na ação policial, dois integrantes da organização criminosa, identificados como Ladisson Marcel Santos Feitosa, 18, e Marcia Fabiana de Souza Feitosa, 38, foram localizados na região do conjunto Costa e Silva, em Aracaju. Eles entraram em confronto com os policiais, foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos e faleceram, segundo a Polícia.Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), Marcia possuía duas condenações por tráfico de entorpecentes e duas por porte ilegal de arma de fogo. Ela era apontada como a principal liderança do grupo nas ruas e bastante conhecida pelo seu perfil violento, ao determinar e coordenar as execuções de traficantes rivais.
As investigações conduzidas pelo Departamento de Narcóticos (Denarc) e pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), com o apoio da Divisão de Inteligência (Dipol), fizeram parte da Operação Xeque-Mate e tiveram início no final de maio de 2020, depois que os investigadores verificaram um crescimento no tráfico de drogas desse tipo de entorpecente em solo sergipano.
No total, a operação tem como foco o cumprimento de sete mandados de prisão e sete mandados de busca e apreensão. As sentenças judiciais foram expedidas pela 1ª Vara Criminal de Aracaju.
Durante o procedimento investigativo, Mauro Sérgio de Souza Feitosa, mais conhecido como “Maurinho”, de 35 anos, foi apontado como o chefe da organização criminosa, mesmo preso em um presídio da cidade de Abreu Lima (PE). A pedido os órgãos de inteligência de Sergipe e Pernambuco, ele foi transferido para a Penitenciária Federal do Mato Grosso do Sul.
Em comparação com a maconha comum, a Skunk é mais valorizada no mercado ilícito. A organização criminosa investigada estava invadindo bairros da Grande Aracaju, como América, Suíssa, São Carlos, além do conjunto João Alves, em Nossa Senhora do Socorro, conforme a SSP.
A operação continua sendo realizada de forma simultânea nos estados de Sergipe, Alagoas e Mato Grosso do Sul.
Comercialização
A venda direta ao consumidor desse tipo de droga, normalmente, ocorre em pequenas quantidades e em poucas gramas. Raramente não excede 10 gramas. No entanto, Mauro Sérgio vendia em grandes quantidades, tentava se tornar o fornecedor exclusivo e se intitulava como o rei da maconha Skunk em Sergipe, motivo pelo qual a operação recebeu o nome de Xeque-Mate, alusivo a movimentação final do jogo de xadrez.
O sergipano era morador do bairro América e era apontado como autor de roubos bastante conhecidos na capital sergipana. Contra ele, há 12 condenações criminais pelo Poder Judiciário sergipano, sendo a maioria pela prática de roubo. Além dessas sentenças, há duas por extorsão mediante sequestro e uma por tentativa de homicídio, assim como processos em outros estados.
Mauro Sérgio conseguiu estruturar a organização criminosa em Sergipe e consolidou-se como uma das suas principais lideranças. O bando, com posto de comando sediado em Recife (PE), estava enviando, periodicamente, grandes quantidades de carregamentos de entorpecentes do tipo maconha skunk para Sergipe.Os investigadores ainda descobriram que o grupo também enviava armamentos e munições variados, que vão desde revólveres e pistolas a, até mesmo, fuzis de grosso calibre, com as munições. A quadrilha possui ramificações em outros estados.
Como parte das ações policiais relacionadas à Operação Xeque-Mate, já tinham sido apreendidos 700kg de maconha do tipo Skunk em julho deste ano, em Boa Viagem, Recife (PE). O entorpecente foi apreendido pela Polícia Civil de Pernambuco. Em Sergipe, o Cope localizou e apreendeu 300kg dessa droga na cidade de Japaratuba, em agosto deste ano.
*Texto ampliado às 10h21





