Na história recente Sergipe ocupou as manchetes do noticiário nacional como um dos estados com a maior taxa de mortes violentas no país. Sistematicamente, os números regrediram e o de homicídios caiu 20% no ano passado, alcançando o menor registro dos últimos oito anos. Hoje, em meio à pandemia, há mais sergipanos morrendo por covid-19 do que pelas mãos dos criminosos. 

Uma análise comparativa, feita pelo F5 News com base em dados das Secretarias da Saúde e da Segurança Pública, revela que em apenas um trimestre o número de óbitos em decorrência do coronavírus foi o dobro do total de mortes por homicídios, confrontos policiais e latrocínio notificados pelo estado ao longo dos primeiros seis meses do ano.

As duas primeiras mortes por covid-19 em Sergipe foram registradas no dia 2 de abril . Pouco mais de três meses depois, o estado ultrapassou a marca de mil vidas perdidas para a doença. Já nos seis primeiros meses do anos, foram registradas 535 mortes violentas, sendo 413 homicídios, 107 mortes em confronto policial e 15 latrocínios (roubo com mortes).

Os óbitos já confirmados por coronavírus no estado também já superam o total de mortes violentas registradas em cada um dos últimos dois anos. Em 2018, foram 948 vítimas da violência no estado. Em 2019, 767 casos. Já os óbitos por covid-19 somam 1.071 até o último boletim da Secretaria de Estado da Saúde, divulgado ontem (16). 

Considerando a evolução rápida da incidência do coronavírus na população sergipana, pesquisadores e especialistas acreditam que a tendência é que a Covid-19 se torne a principal causa de morte no estado até o fim do ano. A projeção mais recente da Universidade Federal de Sergipe (UFS) indica que o estado pode terminar o mês de julho com mais de 1.300 mortes em decorrência do coronavírus.