Fraude
Criminosos se apropriaram de imóveis do Minha Casa, Minha Vida na Barra
MPF identifica 100 casas ocupadas irregularmente; acusados vão responder por estelionato
Cotidiano | Por Will Rodriguez 05/02/2019 15h45 - Atualizado em 05/02/2019 17h25

O Ministério Público Federal (MPF) identificou pelo menos 100 residências ocupadas irregularmente no Residencial Marcelo Déda, construído no bojo do Minha Casa Minha Vida, na Barra dos Coqueiros, na Grande Aracaju (SE). A posse indevida desses imóveis por pessoas que não são beneficiárias do programa do Governo Federal foi descoberta através de um levantamento realizado pela Prefeitura do município, que também levou a Polícia Civil a deflagrar uma operação de repressão ao tráfico de drogas na localidade.

Ao longo da manhã desta terça-feira (5), uma operação que envolveu as Polícias Civil, Militar e Federal, além da Prefeitura Municipal, recadastrou os proprietários das 544 unidades. “A estimativa inicial é de que um quinto delas não estava com seus reais donos”, afirmou o procurador da República Ramiro Rockenbach, em entrevista coletiva nesta tarde.

Os trabalhos investigativos começaram em dezembro do ano passado. Nesta segunda-feira (4), a Polícia Civil já tinha cumprido nove mandados de busca e apreensão em unidades habitacionais e uma pessoa foi presa. “Este homem foi flagrado com objetos roubados e na casa dele também havia boletos de contas referentes a outros imóveis”, disse a delegada Danielle Garcia, explicando que algumas pessoas tinham a posse de mais de um imóvel.

No curso da apuração, a Polícia Civil descobriu que dois detentos do sistema prisional sergipano coordenavam, de dentro da cadeia, o aluguel desses imóveis. Em média, eram pagos R$300 reais pela locação de cada um, enquanto a mensalidade paga à Caixa é de R$ 80. “Eles mandavam pessoas até as casas para retirar os verdadeiros beneficiários e faziam ameaças”, declarou a delegada. Segundo ela, em muitos casos essas residências eram ocupadas por pessoas ligadas ao tráfico de drogas, o que desencadeou uma verdadeira guerra de facções no conjunto habitacional.  

Com o recadastramento, o MPF encaminha agora a documentação para a Polícia Federal, que vai instaurar inquéritos contra os falsos beneficiários. Eles devem responder pelo crime de estelionato. Já a devolução das casas aos verdadeiros proprietários será feita após um processo junto à Caixa Econômica Federal, gestora do Minha Casa Minha Vida, o que deve levar entre três e quatro meses, conforme expectativa dos procuradores.

Mais Notícias de Cotidiano
Pedro Ramos/Especial para o F5News
28/10/2021  09h31 A vida de quem não tem um lugar digno para morar em meio à pandemia
Falta de acesso à habitação persiste e desafia efetivação da cidadania
Foto: AAN/Reprodução
11/03/2021  18h30 Prefeitura realizará testes RT-PCR em assintomáticos no Soledade
Testagem ocorre a partir das 8h, na área externa da UBS Carlos Hardmam.
Foto: Agência Brasil/Reprodução
11/03/2021  17h30 Em dois novos editais, IBGE abre inscrições para 114 vagas em Sergipe
Os contratos terão duração de até um ano, com possibilidade de prorrogação
Foto: SSP/SE/Reprodução
11/03/2021  16h10 Polícia prende suspeito de furtar prédio do antigo PAC do Siqueira
Homem foi flagrado pelas câmeras de segurança do Ciosp levando uma porta
Foto: SES
11/03/2021  16h10 Com aumento de casos, Sergipe teme falta de insumos hospitalares
Secretária Mércia Feitosa lembra necessidade de reduzir ocupação de leitos