Cultura
Cuscuz de países árabes é declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade
Unesco reconheceu inscrição conjunta da Argélia, Marrocos, Tunísia e Mauritânia 
Cotidiano | Por Aline Aragão 18/12/2020 18h22 - Atualizado em 19/12/2020 09h23

Desde o início da semana brasileiros, principalmente nordestinos, comemoram a inscrição do cuscuz na lista de Patrimônios Culturais Imateriais da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Mas na verdade o que virou patrimônio não foi o "cuscuz nosso de todo dia", feito de milho, e sim o também famoso cuscuz preparado no mundo árabe e seus "saberes e práticas relacionados com a produção e o consumo" desse prato tão popular, que até lembra o nosso.

A inclusão do prato na lista de patrimônios da Unesco ocorreu depois que quatro países árabes do Norte da África - Argélia, o Marrocos, a Tunísia e a Mauritânia -fizeram o pedido conjuntamente.

"Este registro conjunto é uma grande conquista. É um forte sinal de reconhecimento cultural e também um verdadeiro sucesso diplomático, sobre um assunto tão importante e simbólico para os povos de toda esta região e muito mais. Esse consenso mostra que o patrimônio cultural pode ser pessoal e excepcional e transcender fronteiras", disse a diretora geral da Unesco Audrey Azoulay.

O cuscuz dos países arabes costuma ser servido com uma variedade de acompanhamentos, como ensopados picantes, carnes, peixes ou vegetais, que variam segundo a tradição de cada lugar. É um alimento básico servido no dia a dia e também em cerimônias especiais e festas.
Embora seja difícil ser definitivo sobre a história do cuscuz, seja lá fora ou aqui no Brasil,  todos concordaram sobre o que a Unesco considera como a  'verdade do cuscuz': “O melhor cuscuz é da minha mãe”.

Além de um prato: uma cadeia de conhecimento, know-how e tradições

O preparo do cuscuz é de fato cerimonial e tradicionalmente segue uma série de etapas: a sêmola é primeiro moída com pedras de moinho ou moinhos (que faziam parte do mobiliário doméstico, operados manualmente com uma haste); depois é enrolado, segundo a tradição, pelas mãos das mulheres em faiança, madeira, cestaria e, mais recentemente, em taças de metal para obter grãos calibrados por meio de peneiras de madeira, cuja malha era de tripa ou cestaria e agora de arame.

 

Cuscuz brasileiro

No Brasil o cuscuz pode ser de arroz, mas o queridinho é o de milho, sendo um dos pratos mais consumidos, principalmenta nas regiões Norte e Nordeste do país. Pode ser servido no café da manhã, almoço e jantar e vai bem com quase tudo: carne cozida ou assada, frango ao molho, ovo, leite, manteiga, queijo, carne do sol, com feijão e muito mais.

Em 2019 Aracaju produziu o maior cuscuz do mundo, título que antes era de Caruaru (PE). A iniciativa partiu de um grupo empresarial e foram usados 800 quilos de floco de milho para produzir o prato em uma cuscuzeira de 4,2 metros. 
 

*Com informações da Unesco

 

Edição de texto: Monica Pintosh
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