De forma tímida, transplante de órgãos volta a ser realidade em Sergipe
160 pessoas esperam na fila pelo transplante de córnea e uma de coração em Sergipe Cotidiano | Por Agência Sergipe Notícias 22/12/2018 08h00 - Atualizado em 22/12/2018 16h55A Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Central Estadual de Transplantes (CET), informa que de 2013 a 2018 a doação de órgãos em Sergipe teve aumento. Em 2013 foram realizadas seis doações de rins, já em 2018, foram 20 órgãos doados, totalizando 74. As doações de fígado, coração, valvas e pâncreas passaram de zero em 2013 para 11 em 2018, totalizando, 50. Dados como esses significam vidas salvas e um avanço para a área de transplantes, porém ainda precisam melhorar bastante no Estado.
Segundo dados CET, foram realizados até 2018, 1819 transplantes de córnea. Os demais transplantes, de coração, rim, osso e pele totalizaram, até este ano, 127. Há na lista de espera de receptores, atualmente, 160 pessoas aguardando córnea e uma para coração.
O Brasil possui o maior sistema público de transplante do mundo e 96% dos transplantes são financiados e realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o coordenador da Central de Transplantes em Sergipe, Benito Oliveira Fernandez, o SUS paga a captação de órgãos e tecidos e disponibiliza para os planos de saúde.
“Nem todo plano de saúde paga transplante. Hoje, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) participa nas questões de transplante renal e de córneas. Transplante hepático, de intestino, de pâncreas, de coração, só o SUS paga. Então é importante que a sociedade tome conhecimento disso. Podemos ter o melhor profissional, a melhor instituição de plano de saúde, mas se não tivermos a mola propulsora do transplante que é o doador, nada poderá ser feito. Infelizmente nós não fabricamos órgãos ainda, a gente espera que um dia consigamos isso, então o transplante depende do doador e da autorização da família para essa doação”, diz Benito.
Primeiro Transplante de Pele
O Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) gerenciado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou em 20 de agosto de 2018, o primeiro transplante de pele no estado de Sergipe, com autorização provisória do Ministério da Saúde (MS) e em parceria com o Banco de Pele de São Paulo que ofereceu o material necessário. A expectativa é que o Ministério da Saúde conceda, a partir dessa cirurgia, a habilitação definitiva para que o hospital dê continuidade ao procedimento rotineiramente.
Doação
A Central de Transplante funciona no anexo do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) e o telefone para contato é (79) 3259-2899. “Nós temos lá o projeto Educar para Doar que faz palestras em escolas mostrando aos adolescentes como é o processo de doação de transplantes, para que a pessoa sabendo, se apropriando desse conhecimento, tome uma posição mais favorável à doação” comenta Fernandez.
O doador precisa informar sobre sua escolha, pois a lei nº 9434 de 1997 que trouxe a novidade no Brasil da doação presumida, quando eram colocados, nos documentos de identificação, a opção em ser ou não um doador de órgãos, não vale mais. “A sociedade não estava, e ainda não está, preparada para isso e o legislador voltou atrás e essa parte da lei não tem mais validade. Então, hoje, apenas o cônjuge ou parente até segundo grau podem autorizar a doação de órgãos”, informa Benito.
O processo de doação de órgãos para transplante precisa da participação de todos os seguimentos da sociedade. Nas redes sociais facebook e instagram, em ‘Central de Transplante em Sergipe’, há informações importantes para que as pessoas se apropriarem desse conhecimento.
“Estamos abertos a sugestões, e participem, leiam sobre o assunto. Trabalhamos o tema em empresas, igrejas, realizando palestras, então fazemos um apelo aos líderes religiosos que informem as pessoas da importância de ser doador porque a religião ajuda muito na tomada dessa decisão. A morte é um momento em que nos apegamos muito a Deus, precisamos de apoio, e Deus é amor, é solidariedade, e a doação é exatamente isso, amor e solidariedade. O doador anonimamente está ajudando a salvar vidas, ele está ajudando a melhorar a qualidade de vida de outras pessoas. O doador de órgãos é um verdadeiro herói” conclui o coordenador.


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