Para comemorar duas datas de grande importância para as mulheres, a Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), promoveu, nesta terça-feira, 28, um grande debate entre representantes de instituições da rede de Saúde de Aracaju, movimentos sociais, conselhos sociais, maternidades, associações e comunidade acadêmica. O tema do evento foi alusivo ao ‘Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher' e o ‘Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna'.

Foto: SMS

A iniciativa da realização desta reunião teve como objetivo chamar a atenção e conscientizar a sociedade para os diversos problemas de saúde na vida das mulheres. "As mulheres já são maioria no Brasil e, com o aumento da expectativa de vida delas, é ainda mais importante prestar atenção à saúde nas diferentes fases da vida. Por isso, é fundamental manter os exames preventivos sempre em dia, especialmente na gravidez e no puerpério, para reduzir ainda mais a taxa de mortalidade materna. É preciso continuar acolhendo-as com segurança e apoio", destaca o secretário adjunto Carlos Noronha.

Neste sentido, a SMS promove diversas ações para reduzir os óbitos de gestantes e puérperas. Uma delas é através das investigações realizadas pelo Comitê de Prevenção da Mortalidade Materna, Fetal e Infantil, que é a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro do período de 42 dias após o término dessa gravidez (puerpério).

"Toda mulher que estiver gestante ou que no seu puerpério vier a óbito por causas agravadas, ou ainda que estejam relacionadas diretamente à gravidez, consideramos como uma morte materna. O óbito materno é considerado um indicador muito importante no Brasil e no mundo, porque remete às condições de vida da população e deve ser investigado tanto pelas comissões ou pelos comitês de óbitos que existem em todos os municípios", explicou Noronha.

Quatro frentes

De acordo com a coordenadora da Rede de Programas de Vigilância e Atenção à Saúde, Cristiani Ludmila, a SMS garante à população um atendimento integral dentro das necessidades sociais das mulheres aracajuanas, atuando em conjunto com outros programas e com objetivo de consolidar um modelo assistencial que atenda a mulher. "As ações do programa operam em quatro frentes de trabalho, de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde, baseando-se no planejamento reprodutivo e sexual; pré-natal; prevenção de câncer de colo de útero e de mama; além de ações em conjunto com outros programas em prol do combate à violência contra mulher e feminização da Aids", esclareceu.

As atividades promovidas pela SMS nessa esfera são realizadas através de palestras, rodas de conversa e trabalhos educativos, que também tratam sobre prevenção de doenças, sobretudo as sexualmente transmissíveis. "Para o planejamento reprodutivo e sexual, temos a disponibilização de métodos anticoncepcionais [preservativo masculino e feminino, pílulas, injetáveis e DIU, além de vasectomia e laqueadura]. No pré-natal, ofertamos consultas com profissionais de diversas áreas, exames laboratoriais com material coletado nas Unidades Básicas de Saúde [UBS], ultrassonografias e testes rápidos de HIV/Aids e sífilis. Já o exame das gestantes de risco habitual é realizado nas próprias UBS e os de alto risco no Centro de Especialidades Médicas [Cemar] Siqueira Campos", explicou Ludmila.

Segundo a técnica da Rede de Sistema de Informação em Saúde, Ana Carolina Miranda, Aracaju investiga 100% dos óbitos de ocorrência no município, em todas as maternidades da capital, sejam públicas ou particulares, de residentes de Aracaju ou do interior do estado. "Este indicador é considerado um determinante importante das condições de vida, porque quanto mais educação, renda e melhor condição de vida da população, mais este indicador é reduzido. Então, para reduzir a mortalidade materna precisamos pensar em determinantes que melhorem as condições de vida da população em geral", disse.

A doula Cláudia Fernanda Soares elogiou o evento e falou da importância dos assuntos debatidos. "O encontro de hoje foi um momento maravilhoso onde discutimos o cuidado materno-infantil, a mortalidade, as novas recomendações do cuidado à gestante da Organização Mundial de Saúde [OMS], o pré-natal, o parto baseado em evidências científicas e suas boas práticas", enfatizou.