As lives se popularizaram com a pandemia do novo coronavírus. Mesmo com o distanciamento social, a tecnologia aproximou as pessoas, levando através de plataformas digitais, entretenimento, diversão e também momentos de fé e oração. E entre famosos e anônimos que passaram a fazer sucesso através das transmissões ao vivo, pelas redes sociais, está o diácono Rômulo Canuto. Já são quase 400 mil seguidores no instagram e uma média de mais de 50 mil internautas simultâneos assistindo suas lives todos os dias. 

Foto: Rede Social/Reprodução

Mas o objetivo dele não tem relação com a fama ou blogueiragem, o que ele quer mesmo é propagar o nome de Jesus, é levar uma palavra de conforto para as pessoas nesse quadro de dificuldades. 

"Devido à pandemia, resolvi fazer as lives diariamente para levar esperança e a vitória de Jesus ao povo que estava confinado e vivendo sob o distanciamento social. As pessoas ficaram muito inseguras, com medo e sem saber como enfrentar o momento e foi aí que nas lives as pessoas encontraram uma palavra de esperança onde Deus era a resposta. Devido a este movimento e compartilhamento dessa missão, chegamos a esses números", afirma.

Ele confessa que se surpreendeu com a acolhida a sua mensagem. "Só Jesus para explicar, é algo sobrenatural, inexplicável, algo que eu nunca pensei. Não esperava essa repercussão, eu fico sem entender, a palavra é essa, e entrego a Deus e falo: Jesus, dai-me a mesma vontade, a mesma força, a mesma doação e entrega, seja uma live para 400 pessoas ou para 40 mil", diz.

Aos 40 anos, Rômulo Canuto é aracajuano, de família católica, criado dentro da igreja. É engenheiro civil, possui mestrado e doutorado em ciência da religião pela PUC-SP. Casado há 18 anos e pai de duas meninas, divide o tempo entre a família, as aulas como professor nos cursos de Engenharia Civil e Edificações do Instituto Federal de Sergipe (IFS) e com o diaconato.

Diaconato

Rômulo diz que a relação com a igreja sempre esteve presente na vida dele, mas ficou mais forte com o casamento, depois que a esposa o levou para a Canção Nova.

“Foi a fé dela, foi o insistir no amor, insistir no casamento, graças a Deus hoje estamos aqui. Apesar de ter sido criado na igreja, eu não conhecia Jesus, e na Canção Nova, eu tive um encontro pessoal com Jesus e tudo mudou", revela.

Após cinco anos como missionário da Canção Nova, Rômulo sentiu o chamado vocacional ao diaconato permanente, sendo ordenado em 15 de outubro de 2017 por Dom José Palmeira Lessa na Catedral Metropolitana de Aracaju. 

"Depois de servir à igreja, caminhar com a igreja, Deus me chamou para algo a mais, no começo eu não sabia o que era esse algo a mais... Esse algo a mais era me doar pelas pessoas, pelas famílias, me doar levando a palavra, pregando, fazendo missões, e Deus foi me mostrando o diaconato, porque o diaconato é servir à igreja, então eu sou um servo de Deus. A vocação do diaconato nasceu com o desejo de servir a um Deus que tudo fez e faz na minha vida", relata.

A partir da ordenação, o diácono Rômulo passou a exercer a sua pastoral na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, no Robalo, atuando em diversas atividades pastorais. A convite do arcebispo de Aracaju, Dom João José Costa, também ocupa o cargo de juiz auditor do tribunal eclesiástico de Sergipe. 

O diácono recebe várias mensagens por dia e costuma surpreender seguidores com uma ligação via instagram no meio do dia sem avisar. 

"Muitas pessoas pedem oração e uma palavra de esperança. Uma missão que atinge todos os públicos e ultimamente tenho recebido muitas mensagens de crianças acompanhando as lives e rezando junto com os pais. Todos os dias faço também uma ligação para alguns dos seguidores que se emocionam com a oportunidade de rezarmos juntos. É um momento muito marcante e mais uma forma de interação neste período de quarentena", ressalta.