O prefeito Edvaldo Nogueira afirmou na manhã de hoje (20) desconhecer o pedido das empresas que operam no sistema de transporte coletivo da Grande Aracaju, em promover novo reajuste da tarifa, saltando dos atuais R$ 3,50 para R$ 4,40.

A população insatisfeita, cobra respostas. A Superintendência de Transporte e Trânsito (SMTT) ainda não se posicionou sobre o caso.

Em junho, as empresas protocolaram uma planilha de custos solicitando o reajuste da tarifa para R$4,40. O documento foi encaminhado à SMTT, que não definiu prazo para análise do pedido.

Segundo informações do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp), desde quando o último reajuste foi autorizado, em 17 de agosto do ano passado, os custos do sistema já indicavam a necessidade de uma tarifa orçada em R$ 4,06. Como este teto não foi atendido pela administração municipal, hoje o setor possuiria um déficit calculado em 13,79%. 

Ainda conforme o sindicato, a tarifa atual não cobre os custos do serviço de transporte e, para que essas perdas sejam ao menos minimizadas, é preciso aplicar uma elevação percentual de quase 30%.

“Não tomei conhecimento de reajuste de tarifa. O meu relógio não funciona igual aos relógios dos donos das empresas de ônibus,

eles podem pedir a hora que quiserem, quem vai decidir sou eu e na hora eu anunciarei. Nem tomei ainda conhecimento desse fato”, disse o prefeito. Somente a partir do estudo paralelo dessa planilha será possível formular a proposta que será encaminhada para apreciação dos parlamentares da Câmara de Vereadores.

Em outro momento da entrevista, o prefeito se mostrou consciente quanto ao pedido dos grupos empresariais, mas ressaltou que não há previsão de posicionamento sobre o caso. “O pedido está na SMTT em estudo e, quando a gente achar que deve, dá uma resposta. Esses estudos podem durar três meses, seis meses, um ano. O prazo para conclusão vai ser definido pela Prefeitura Municipal de Aracaju”, disse Edvaldo.

Enquanto isso, a população questiona a razão para o aumento, tendo em vista a situação que muitos enfrentam diariamente.

“Absurdo, em uma cidade onde, dependendo do trânsito, em 30 minutos se chega ao destino. Quero ver quais serão as justificativas, porque o diesel diminuiu, quero ver os próximos capítulos. Não é possível que Edvaldo Nogueira vá acatar o que os empresários estão querendo”, publicou nas redes sociais Alex Moreira, usuário do transporte.

Para se opor aos novos valores, a jornalista Silvia Rodrigues, por meio do instagram do F5 News, preferiu comparar a situação dos sergipanos com a de São Paulo, onde ela paga atualmente R$ 4. “Quando saí de Aracaju pensei que pagaria aqui o dobro ou o triplo, devido à dimensão da nova cidade. Quando cheguei aqui percebi que em Sergipe é um ‘roubo’ o valor cobrado no transporte. Sem falar na violência, não dá”, declarou.

* Estagiário sob a supervisão do jornalista Mílton Alves Júnior.