Em apoio aos caminhoneiros que fazem protestos por todo o Brasil desde o domingo (20), motoristas do aplicativo Uber fazem paralisações em pontos estratégicos de Aracaju nesta quinta-feira (24). O objetivo é alertar outros motoristas sobre os recorrentes aumentos na gasolina.

Protesto deixou o trânsito congestionado na Avenida Beira-mar (Foto: Saullo Hipolito/F5News)

No ato da avenida Beira-Mar, zona sul da capital, muitos veículos buzinaram em apoio à manifestação. Em Sergipe, o protesto de caminhoneiros teve início na segunda-feira.

Segundo a organização do ato, a única categoria que poderia realmente parar o Brasil é a dos caminhoneiros, afinal são eles que transportam os minérios, matérias primas e riquezas do país.

“Os caminhoneiros fizeram essa parada e nós, motoristas, mostramos aqui que os apoiamos em busca de uma mudança para o Brasil, para que não existam orçamentos abusivos, porque nós não podemos pagar por conta da corrupção que está consumindo nosso país”, disse um dos coordenadores do movimento, André Dédeu.

De acordo com os motoristas, fazer apoio aos caminhoneiros é um ato de solidariedade, porque estes estão longe das suas famílias buscando uma redução no preço dos combustíveis e querendo melhorias para o país.

“São inúmeras as medidas que o Governo Federal tem que tomar a partir de agora. Hoje, estamos brigando porque não aguentamos mais, é uma série de coisas que acontecem no país, mas estamos aqui, principalmente, por conta do aumento do combustível”, disse André.

A carioca e motorista do Uber Joice Veloso avalia que um país que é exportador de petróleo  não pode oferecer combustível a preço abusivo. “A gente decidiu pelo menos por um dia parar, para ver se juntos conseguimos nos unir e baixar esse preço. Para um país exportador como o nosso ter um preço mais elevado que Argentina e Bolívia, que compram de nós, é inconcebível”, disse.

A paralisação atingiu mais de 4km na avenida Beira Mar nesta tarde. O ponto de encontro na noite desta quarta será no Terminal DIA. Os motoristas pedem apoio de toda a população, para que o protesto obtenha o resultado esperado. “Eu espero que a população continue apoiando, porque a gente vai continuar lutando”, afirmou Joice Velozo.

Com os protestos, os postos de gasolina, aeroportos e agências dos correios começam a sofrer impactos. Em Aracaju, já são dez postos de combustíveis sem gasolina. Sabendo disso, filas quilométricas tomam conta dos postos restantes desde o início da manhã. A Universidade Federal de Sergipe (UFS), por meio de nota, suspendeu as aulas do turno noturno e dos três turnos de sexta-feira (25) em todos os campi.

* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.