Em assembleia, médicos decidem por manutenção de greve em Aracaju
Prefeito Edvaldo Nogueira mantém posicionamento e volta a negar reajuste
Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 06/11/2018 11h45 - Atualizado em 06/11/2018 15h35

Com exatos 110 dias de uma paralisação que vem prejudicando diversas áreas da saúde, os médicos da rede pública de Aracaju decidiram, em assembleia realizada na manhã desta terça-feira (6), manter a greve pelo menos até a próxima sexta-feira (9), quando acontece outra reunião do sindicato para discutir novas medidas.

Em entrevista ao Portal F5 News, o prefeito Edvaldo Nogueira lamentou a extensão da greve e reafirmou que não há possibilidade de reajuste no momento. “Diálogo tem. Eles já foram recebidos cerca de sete vezes pela comissão, mas o que eles querem é um aumento que não vai acontecer. Se dermos aumento, os salários atrasam e isso não queremos”, diz Nogueira, que não participou de nenhuma das reuniões de negociação com a categoria desde que a greve foi deflagrada há quase quatro meses.

Pelos cálculos da própria gestão, apenas cerca de 30% dos profissionais que atuam nos 44 postos da rede básica estão de braços cruzados. Já nos dois Hospitais Municipais, por deliberação própria da categoria, o efetivo segue inalterado.

O Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar), onde o atendimento é considerado demorado por muitos pacientes, pela alta demanda no local, foi um desses locais com o atendimento prejudicado durante a greve. Pacientes diagnosticados com o vírus HIV, que buscavam o primeiro atendimento marcado anteriormente no local, não conseguiram se consultar com os infectologistas e tiveram que remarcar pelo menos uma vez mais.

Para outras pessoas que já faziam o atendimento e tinham consultas marcadas, houve também prejuízo. “Ficar sem ir para as consultas fere dois principais diretos: o direito à saúde, que é  estabelecido pela constituição brasileira de 1988, direito universal ààsaúde a todo e qualquer cidadão brasileiro, e o  direito à vida, que é uns dos pilares fundamentais que o Estado brasileiro tem obrigação de garantir. Isso representa o caos e a negação da dignidade humana, para nós enquanto pessoas vivendo com HIV / Aids”, disse o estudante G. A.

O estudante ainda fez críticas aos envolvidos na greve. Pediu para que olhassem para as vítimas do problema, as pessoas que de alguma forma deixam de ser atendidas nas unidades de saúde. “Essa greve para nós representa o holocausto do direito à vida humana, falo enquanto pessoa positiva, já que o Estado não está garantindo vários direitos que são primordiais para nós”, disse G. A., que preferiu não expor a identidade devido ao preconceito que pessoas que vivem com o vírus da Aids sofrem.

* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.

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