Em greve, médicos pedem que Edvaldo “se afaste do mundo virtual”
Greve na Saúde continua sem definição em Aracaju; médicos aguardam contraproposta do prefeito Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 24/09/2018 08h51 - Atualizado em 24/09/2018 11h21Já são contabilizados 67 dias da greve de médicos da rede de saúde pública de Aracaju. E, ao que tudo indica, o movimento está longe de seu fim. Segundo o Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed/SE), o diálogo entre as partes nunca é estabelecido, o que acarreta em um desgaste para ambas e um prejuízo irremediável à população.
De acordo com o médico sindicalista João Augusto, mais de cem profissionais aderiram à greve, totalizando em média mais de 1500 atendimentos não realizados diariamente, além de mais de 200 mil pacientes que deixaram de ser atendidos.
“Para que haja acordo, a gente precisa que haja reunião e me parece que o prefeito Edvaldo Nogueira só quer se reunir pela live. Ele sozinho em um gabinete e o resto da população no mundo virtual, mas no final ele que acaba ficando nesse local”, disse João Augusto.
Em manifesto na manhã desta segunda-feira em frente ao Centro Administrativo, os médicos cobram uma posição. Há duas semanas foi prometida uma reunião com o secretário de Finanças no município, Jeferson Passos. Além disso, há 15 dias foi enviado um pedido à Câmara municipal para solução do caso - segundo a categoria, sem respostas.
“É inadmissível que eles prolonguem essa greve, que está cada vez mais longa. Uma decisão judicial nos foi favorável, outra também será, por que ele não recebe a categoria e como eles vão continuar mentindo para a sociedade dizendo que estão abertos? A situação é que o prefeito só aparece no mundo virtual, a gente tem que trazê-lo para o mundo real, que está na documentação, 2,94% de reajuste para os médicos”, disse o médico sindicalista, que completou falando sobre o outro pedido dos profissionais da saúde, a tabela única, ou seja, uma equiparação salarial, que foi deixada para o ano de 2019.
Ainda segundo o profissional, a situação que prejudica a população de maneira irreparável pode ser confortável para a gestão. “Cerca de 150 mil atendimentos a menos, são milhões de reais economizados para a prefeitura, talvez ele até esteja gostando. Ele não sofre consequências, a prefeitura economiza e a população sofre por culpa de Edvaldo, já que a justiça falou que os médicos estão certos", afirma.
São 44 unidades básicas de saúde prejudicadas, com uma média de 50% de atendimentos a menos para a população assistida nas unidades. Na rede de urgência, não houve redução.
Os profissionais pedem paciência e compreensão da população. “A gente pede desculpas pela situação, mas não podemos deixar de cumprir a lei do reajuste, o último foi em julho de 2016. Ao mesmo tempo agradecemos pelo apoio, porque a gente sente isso, tanto nas falas na imprensa, quanto no dia a dia, porque estamos inseridos no meio e ouvimos eles”, disse João Augusto.
A Prefeitura Municipal afirmou que a comissão de negociação se reunirá com os sindicalistas ainda nesta manhã.
* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.


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