Em Aracaju, internações de pacientes com covid-19 na UTI aumentam 80%
Hospitalização de pessoas com menos de 60 anos também cresceu, segundo a UFS Cotidiano | Por Will Rodriguez 11/03/2021 10h41 - Atualizado em 11/03/2021 15h43Desde o começo do ano, autoridades de saúde alertam que a gravidade dos casos da Covid-19 aumentou, possivelmente por influência de novas variantes do coronavírus com maior potencial de transmissão.
Essa constatação tem se materializado com o aumento da pressão em hospitais públicos e privados. Nas últimas três semanas, a demanda por leitos de terapia intensiva (UTI) cresceu 80% em Aracaju, conforme análise divulgada nesta quinta-feira (11) pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Sergipe tem 604 pessoas internadas atualmente, o maior número desde o começo da pandemia. De acordo com o estudo divulgado pelos pesquisadores da UFS, só em Aracaju as hospitalizações de pacientes infectados pelo vírus subiram 65%. A capital concentra a maior quantidade de leitos de UTI.
Associado ao crescimento, houve uma inversão no comportamento das hospitalizações quanto à faixa etária. A procura por leitos de enfermaria entre pessoas com menos de 60 anos de idade cresceu 75% na capital sergipana. Essa faixa etária, atualmente, supera a população idosa na ocupação de enfermarias.No entanto, a demanda por leitos de terapia intensiva entre os idosos aumentou 80%. Já a procura por vagas de terapia intensiva entre pessoas abaixo de 60 anos cresceu 77%, de modo que a população idosa continua sendo maioria na ocupação das UTIs na capital.
Numa tentativa de frear o avanço da doença, o governo estadual ampliou as restrições para comércios, serviços, órgãos públicos e eventos. Além da proibição de funcionamento entre 22h e 5h e aos finais de semana, estabelecimentos públicos e privados devem manter uma ocupação máxima de 50% da capacidade em ambientes abertos ou fechados.
Essas diretrizes valem, inicialmente, até o dia 21 de março, mas podem ser revistas ainda nesta quinta-feira, quando o comitê que monitora a doença no estado volta a se reunir. Em paralelo, foram ampliados também os números de leitos em hospitais públicos.
O professor do Departamento de Educação em Saúde, e chefe do Laboratório em Patologia Investigativa da UFS, Paulo Ricardo Martins Filho, ressalta que as medidas de restrição serão pouco eficazes sem a adesão da população.
“Essas medidas não surtem o efeito esperado se a população não respeitar as medidas mais básicas e reconhecidamente eficazes de controle da transmissão do vírus, ou seja, o uso do álcool a 70%, a higienização regular das mãos com água e sabão e, sobretudo, o uso de máscara e o distanciamento físico. Infelizmente, nós temos visto um declínio na adesão do uso de máscara especialmente nas ruas da cidade e aglomerações totalmente desnecessárias que vão de contramão a todo o esforço que tem sido feito neste enfrentamento”, aponta o pesquisador.
De acordo com o boletim mais recente da Secretaria de Estado da Saúde, a taxa de ocupação de leitos de UTI para pacientes com covid-19 na rede pública é de 74%. Na rede privada, o percentual atinge 91%. Isso representa uma ocupação geral de 82%.





