Quatro deputados estaduais da oposição realizaram uma visita surpresa ao Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), na manhã desta terça-feira (18), com o objetivo de avaliar as condições de atendimento e a prestação de serviços na unidade pública de saúde.

Os parlamentares Georgeo Passos, Dr. Samuel, Rodrigo Valadares e Kitty Lima estiveram na unidade por volta das 7h30 e, acompanhados do superintendente do Huse, o médico Darcy Tavares,  tiveram acesso a todos os setores do hospital. A visita foi revelada pelo deputado Georgeo Passos durante seu discurso na tribuna da Assembleia Legislativa (Alese).

Segundo o deputado, os parlamentares passaram pelas Alas Azul, Verde, Vermelha, UTI, parte Oncológica e Pediatria, onde foram encontradas dificuldades, tanto para os pacientes internados como para os seus acompanhantes. Além de alas superlotadas, foi registrada também a falta de profissionais suficientes para o atendimento pediátrico - somente um estava presente no local no momento da visita.

Segundo Georgeo, entre os pontos que chamaram a atenção estavam a falta de leitos no setor de pediatria e a troca de turno dos médicos, no momento em que uma criança esperava por atendimento. "Lá tinha uma criança desde ontem sentada em uma cadeira tomando soro porque não tem onde ficar melhor acomodada e o médico plantonista daquele horário ainda não tinha chegado”, afirmou o deputado.

“Como mãe, parlamentar e cidadã, é de cortar o coração a gente ver crianças sentadas em uma cadeira esperando um local para fazer seu tratamento. Mães que ficam esperando respostas para resultados de exames e que muitas vezes não conseguem nem entender direito o que seu filho tem”, afirmou Kitty Lima.

“É uma situação muito preocupante. A informação que recebemos é que era para ter uma troca de turno, mas não ocorreu. Com isso, onde deveria ter três médicos havia somente um. O resultado é uma longa espera dos pacientes”, disse o deputado Samuel Carvalho, sobre a pediatria.

O deputado Rodrigo Valadares afirmou que a Ala Azul permanece superlotada. “É um mar de gente e condições precárias de atendimento. É uma superlotação que não deixa o serviço de saúde ser corretamente aplicado. A baixa complexidade que deveria ser resolvida no município é hoje enviada para cá”, disse.

A fiscalização teve o objetivo também de colher informações para serem questionadas ao secretário Estadual da Saúde, Valberto de Oliveira, que fará uma exposição na próxima semana na casa legislativa.

Durante o pronunciamento, Georgeo disse ainda que os parlamentares querem debater com o secretário uma melhoria para a unidade de saúde e vão pedir atenção da Secretaria para verificar a possibilidade de haver uma entrada exclusiva para os pacientes oncológicos, que teriam reclamado da falta de uma entrada de urgência específica, sendo direcionados para a urgência comum do Huse, onde esperam pela triagem.

Ao F5 News, a assessoria da Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que a criança citada pelo deputado estava medicada e aguardando o médico para ser reavaliada e confirmar se tinha condições de receber alta. Sobre a falta de médicos, a Secretaria relatou que os parlamentares visualizaram apenas um médico porque estava ocorrendo a troca de plantão, no entanto, tinham quatro profissionais. "Naquele momento, no local, realmente só tinha um. Mas os outros estavam no hospital, tanto os plantonistas, atendendo em outras áreas, quanto os diaristas".

A pasta ressaltou ainda que o problema de acomodação é consequência de situações de superlotação "devido aos casos de pequena complexidade, que deveriam estar nas unidades básicas de saúde", mesmo problema encontrado na Ala Azul.

De acordo com a secretaria, 95% dos casos deveriam estar nas unidades básicas de saúde, no entanto o Hospital é "porta aberta" e não nega atendimento. "Quem for para lá vai receber atendimento, mas existe uma classificação de risco e o atendimento segue o critério de prioridade, e não por ordem de chegada", disse a assessoria.

*Com informações da assessoria parlamentar e da Rede Alese

Foto: Ascom/parlamentar