Uma enfermeira sergipana, identificada como Mithla Gonçalves de Oliveira, de 41 anos, foi presa pela Polícia Civil de Santos por se passar por médica para realizar procedimentos estéticos em uma clínica de alto padrão da cidade litorânea de São Paulo. Segundo a polícia, a mulher se apresentava como dermatologista e dizia ter cursado medicina na Universidade Federal Fluminense (UFF). O caso foi divulgado na última quinta-feira (24).

A investigação foi iniciada no dia 7 de outubro, após denúncia de uma vítima que teria ficado insatisfeita com o tratamento oferecido pela suposta médica e procurado o cadastro dela no Conselho Regional de Medicina (CRM), onde ficou constatado que o número do CRM remetia a outro profissional.

"Iniciamos investigações e apuramos que essa falsa médica atendia em um conjunto comercial na Conselheiro Nébias, residia na Ponta da Praia e por conta disso a Polícia Civil ofereceu representação tendente a expedição de mandado de busca e apreensão", afirmou o delegado Luiz Ricardo Lara à TV Tribuna.

Cumprindo mandado de busca e apreensão no consultório da falsa médica, localizado no bairro Boqueirão, a polícia encontrou vários medicamentos ministrados durante os procedimentos e fichas de pacientes foram apreendidas. Ela estaria recebendo um alto valor pelos procedimentos realizados.

Sob acusação de exercício ilegal da medicina, foi elaborado um termo circunstanciado (TC). O crime é considerado infração de menor potencial ofensivo e não se impõe aos acusados prisão em flagrante, devendo o delito ser apreciado pelo Juizado Especial Criminal (Jecrim).

Outros crimes

Conforme informado pelo delegado, Mithla ainda será investigada pelos crimes de falsificação de documentos, falsidade ideológica e furto. Ela prescrevia receitas e utilizava o carimbo de outros médicos, o que caracteriza falsificação de assinatura.

Ainda segundo a polícia, foram encontrados na bolsa da autora dois carimbos de dois médicos diferentes, sendo que eles afirmaram não terem emprestado ou fornecido os carimbos para ela. Além disso, há uma receita médica apreendida com carimbo contendo o nome da autora, a inscrição 'médica' e o CRM/SP de um médico verdadeiro. Esse carimbo também foi apreendido.

Ela foi levada à Delegacia, mas segundo reportagem da Record TV, Mithla responderá em liberdade pelos crimes.