Entregadores de App protestam por melhores condições de trabalho em Aracaju
Trabalhadores se concentraram nos arcos da Orla de Atalaia, zona sul da capital
Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 01/07/2020 10h28 - Atualizado em 01/07/2020 10h41

Os entregadores de aplicativos promovem nesta quarta-feira (1º) uma greve nacional por melhores condições de trabalho, medidas de proteção contra os risco de infecção pela Covid-19 e mais transparência na dinâmica de funcionamento dos serviços e das formas de remuneração. Em Sergipe, os trabalhadores se reuniram no início da manhã nos arcos da orla da praia de Atalaia, zona Sul de Aracaju, e realizaram uma carreata por bairros da cidade.

Na linha de frente, o serviço de entrega de alimentos e outros utensílios não parou nesta pandemia da Covid-19, como outros setores. Entre os principais pedidos dos trabalhadores informais está o aumento de taxas mínimas por distância percorrida e o fim da suspensão e dos bloqueios realizados pelas empresas Uber Eats, Ifood, James e Rappi atuantes na cidade. Atualmente, eles são remunerados por corrida e pela distância percorrida, e por isso esses dois indicadores acabam definindo o pagamento por cada entrega.

De acordo com um dos organizadores do evento em Aracaju, Derlan Azevedo, as taxas oferecidas atualmente são incompatíveis com as despesas que eles estão tendo durante o deslocamento para a entrega dos pedidos. Ele ainda contesta outro problema encontrado e considerado arbitrário: a falta de aviso prévio para esclarecer as suspensões e bloqueios realizados pelas empresas com frequência.

“O bloqueio é inesperado. Somos punidos sem explicação nenhuma, somente com uma mensagem surpresa que a parceria está sendo interrompida por mal uso do app”, disse Derlan. Segundo ele, acontece de entregadores serem punidos pela falta de alguma entrega, mesmo podendo comprovar que cumpriram o trabalho corretamente.

Os organizadores nacionais argumentaram em entrevista à Agência Brasil que o movimento foi construído por meio da interlocução em grupos na internet, embora algumas entidades tenham se somado, como associações de entregadores e de motofretistas.

Ainda à Agência Brasil, o representante da Associação dos Motoristas Entregadores do Distrito Federal, Alessandro Sorriso, informou que as empresas de entrega não entraram em contato para se reunir com os entregadores e iniciar uma negociação sobre suas demandas. Enquanto isso, as companhias vêm divulgando ações na mídia e aos seus usuários.

“A gente está indignado como a empresa trata uma coisa sem prova. Em vez de entrar em contato, solta notas para os comerciantes dizendo que vai ter greve, para ficar atento. A intenção não é fazer greve para fazer barulho, é porque temos reivindicações”, disse.

Empresas

O F5 News entrou em contato com as empresas Ifood, James, Uber Eats e Rappi, mas não recebeu retorno. Em sua conta no Instagram, o Ifood publicou (veja abaixo) que “está ao lado dos entregadores”, que investiu R$ 25 milhões em proteção e segurança. De acordo com a companhia, foram distribuídos 4.500 litros de álcool em gel por dia e 800 mil máscaras reutilizáveis. O Ifood alega ainda que em maio cada trabalhador recebeu R$ 21,80 por hora. As outras empresas não se manifestaram.

* com informações da Agência Brasil.

Edição de texto: Monica Pintosh
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