Estudantes da Universidade Federal de SE vivem rotina de insegurança
Segundo a reitoria , desde 2017 vem sendo discutidos planos de segurança Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 14/05/2018 10h42 - Atualizado em 14/05/2018 14h12Com 23 anos, sendo três anos dentro da Universidade Federal de Sergipe (UFS) cursando Engenharia Civil, o jovem Lúcio Brandão já viveu momentos de horror em ônibus a caminho da instituição de ensino e em suas proximidades.
Mas de quem realmente é a culpa? Existe uma diminuição do efetivo da segurança? Seria correto colocar catracas na universidade? Isso impediria o problema da insegurança ou apenas maquiaria um problema enraizado?
São questões como essas que ainda não foram respondidas, mesmo com os vários relatos recentes de assaltos dentro da instituição. Na última sexta-feira (11), por exemplo, dia em que homens armados assaltaram dois estudantes dentro das salas de aula, o futuro engenheiro civil Lúcio Brandão afirmou ter sido comunicado por um amigo logo quando esse viu o relato em um grupo de professores e alunos no Facebook. Felizmente o jovem estava em casa, mas sua amiga, que estava em uma das salas, viu os homens.
Segundo a assessoria do reitor da UFS, desde o início de 2017 vem sendo discutidos planos de segurança dentro da universidade; com isso, uma comissão foi montada e discussões com especialistas em segurança foram realizadas, a fim de direcionar sobre as medidas a serem tomadas dentro da universidade.
Com isso, representantes de tecnologia, da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e uma proposta foi elaborado. No final de 2017, de acordo com a assessoria, oito ações internas para segurança foram apresentadas, como convênio com a SSP para ronda da Polícia Militar (PM), convênio com a SMTT para implantar sistema de rastreio via câmeras, campanha interna de conscientização, modificar e adquirir mais câmeras, entre outras. Mas tudo isso só pode ser feito com o aval de toda a universidade.
Porém, não há prazos para a execução destas reuniões e para implantação dos convênios. O objetivo do reitor é ouvir alunos, professores e trabalhadores para que se chegue a um consenso sobre a questão.
Um assunto que deixa a muitos inquietos é a implantação de catracas na universidade. Para a assessoria do reitor, o acesso com identificação seria importante e ajudaria na segurança local, contudo, isso não deve ser implantado de forma impositiva, existem resistências e para isso será necessário uma discussão acerca do tema. Será pauta da universidade nos próximos tempos.
“Se for como ocorre em faculdades particulares (com identificação de todos que entram e saem) eu acho tranquilo, pode ser uma solução”, disse Lúcio Brandão.
É possível perceber, no grupo da rede social, que a insegurança existente tem uma causa. Segundo alunos, o efetivo dentro da universidade foi diminuído, passando de 32 para apenas oito seguranças diários. “Eles afirmam que a segurança no Campus não é para estudantes, mas somente para o patrimônio da UFS, mesmo assim eles ainda passam uma falsa sensação de segurança”, afirma o jovem.A UFS confirma que a segurança é inicialmente patrimonial, segundo a assessoria, eles são acionados após movimentação estranha dentro da universidade.
Ainda segundo a assessoria, é a Polícia Federal que deveria estar incumbida de proteger as pessoas da universidade, pois é um ambiente federal. Para isso, a UFS já entrou em contato e busca firmar um convênio com o órgão.
A questão está enraizada. Para os alunos da universidade, é necessário enxergar que o problema desses assaltos é motivado pela desigualdade social, econômica e educacional. “Acho tudo isso que vem acontecendo surreal. Para melhorar o problema deve ser feita uma análise da raiz à consequência final (o assalto em si). Paliativamente, aumentar a segurança ou trazer um posto de polícia da guarda municipal para perto da comunidade poderia ser uma solução, sabemos que o problema não seria corrigido, só diminuído, diria que maquiado por algum tempo”, comenta Lúcio Brandão.
Não é de agora que existem pessoas a favor da privatização da Universidade, alunos, moradores locais e alguns políticos do Estado são contrários à medida. Existe o medo que as pessoas mais humildes, que hoje têm acesso a um ensino superior de qualidade, percam espaço.
Além disso, a UFS funciona como um mobilizador social para a população do Rosa Else, conhecido carinhosamente pelos alunos da universidade como “Rosinha”, onde estes fazem serviços educacionais e de lazer.
Para ir à universidade, o jovem afirma que os alunos devem estar preparados psicologicamente para o que pode ocorrer. “Não se sabe quando, nem onde, mas tomar a ação correta é importante nesse tipo de situação”, disse Lúcio, que usa estratégias como caronas com amigos para se sentir mais seguro.
As famosas festas dentro da universidade também são alvo dos criminosos. Na mais recente, no dia 5 de maio, uma jovem estudante e seus amigos foram assaltados dentro da universidade quando saiam da festa. Ela expôs o caso nas redes sociais e alertou que as pessoas fiquem em locais muito movimentados e claros, enquanto esperam a carona, o táxi ou o Uber.
* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.
Foto: Acervo pessoal


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