Aconteceu nesta quarta-feira (16), na praça Fausto Cardoso, no centro de Aracaju, mais uma edição do SuperAção, uma feira de empregabilidade para pessoas com deficiência. A legislação prevê que empresas com 100 ou mais funcionários tenham entre 2% e 5% de trabalhadores portadores de deficiência. No entanto, segundo dados da Secretaria do Trabalho, do Ministério da Economia, este percentual nunca passou de 1%.

Promovido desde 2016 por órgãos e entidades que congregam o Fórum Estadual de Inclusão da Pessoa com Deficiência e Reabilitada ao Mercado de Trabalho, o evento quer fomentar as oportunidades de trabalho para esses profissionais não apenas em cumprimento ao que está previsto na Lei de Cotas. 

"A realidade de Sergipe não é diferente de outros estados, temos várias vagas a serem preenchidas pelas pessoas com deficiência e, por isso, temos trabalhado na conscientização de que elas possuem valor laborativo, elas podem trabalhar desde que as empresas estejam adaptadas e tenham acessibilidade", diz a auditora do trabalho, Urcelina Porto, que coordena o Fórum. 

Dentre os serviços ofertados estão a emissão de carteira do trabalho, orientações previdenciárias, oficinas de Braille, Libras e Mobilidade, além do cadastro de currículo e inscrição em cursos de capacitação profissional gratuitos na Fundat. 

O Grupo Multserv participou do evento com sua equipe de Recursos Humanos. Segundo a coordenadora do setor, Célia Souza, para além do cumprimento da legislação, há uma preocupação em propiciar um ambiente de trabalho que permite o pleno desenvolvimento desses colaboradores. 

"Temos desenvolvido um processo interno de acolhimento desses profissionais. Quando eles passam por um processo seletivo e são aprovados, participam de um treinamento de integração, para que possam conhecer mais de perto as atividades que vão desenvolver e também têm treinamentos específicos da área em que vão atuar", aponta Célia, ressaltando que a estrutura do escritório central também passa por adaptações para tornar-se acessível. 

Até o meio da manhã, mais de 250 pessoas já tinham feito cadastro para participarem de processos seletivos visando o preenchimento de mais de 130 vagas de emprego com carteira assinada em 27 empresas. 

Para o vereador de Aracaju Lucas Aribé, que ministrou oficina de Braille, é preciso reforçar o enfrentamento ao estigma de incapacidade da pessoa com deficiência. "A inclusão no mercado de trabalho vai além da contratação. As empresas precisam estar prontas para atender às necessidades desses profissionais, compreendendo que não há desvantagens para aquelas que os contratam”, afirmou.