Falta vacina contra meningite na rede privada de saúde de Sergipe
Médico explica que com o surto, a população procura pela vacina Cotidiano 07/02/2012 16h50Por Eliene Andrade
Por conta dos casos de meningite ‘C’ noticiados nos últimos dias, a vacina que combate o vírus já está em falta em algumas clínicas particulares de Aracaju. Pelo menos três delas já estão sem as doses há mais de 15 dias. A vacina pode ser aplicada gratuitamente somente em crianças com até um ano e nove meses nos postos de saúde.
De acordo com o médico Luciano Franco, diretor da Clínica Sobaby, localizada no Bairro São José, a clínica está sem a vacina há mais de 15 dias. A previsão é normalizar hoje. Ainda segundo ele, já existe uma fila de espera desde as 7h da manhã aguardando a chegada das doses. “
Quando acontece um surto desses a população fica temerosa e procura pela vacina. Mas as doses que conseguir adquirir, apenas 125, não são suficientes para tender a todos os pacientes. Eu precisaria de, no mínimo, mil doses”, disse o médico.
Luciano explica ainda que apenas três laboratórios no mundo fabricam a vacina: o Bacxter Hospitalar, o Wyeth e o Sanofi Pasteur. A vacina, que na clínica custa R$ 135,00 a aplicação, é fornecida por estes laboratórios que, segundo o médico,, tem que abastecer o mundo e a suspensão do fornecimento é inevitável.
De acordo com infectologista Marco Aurélio Góes, com o pânico criado por conta do surto, alguns profissionais podem estar ministrando a vacina em adultos. “Isso não pode acontecer para não causar o desabastecimento na rede de atenção básica”, alerta.
Marco Aurélio explica ainda que a vacina não evita a contaminação da doença de forma imediata, pois, após a aplicação, se leva de duas a três semanas para o indivíduo ficar imune ao vírus. “A vacina não substitui a quimioprofilaxia que é um antibiótico aplicado de forma imediata para quem teve o contato direto com o portador do vírus”, esclarece.
Já a responsável pelo abastecimento da vacina nas Unidades de Saúde, Sandra Oliveira, garante que as doses já fazem parte do calendário básico das crianças. Segundo ela, não há possibilidade de falta a vacina meningocócica nos postos.
População em alerta
Enquanto isso, a dona de casa Ana Paula dos Santos, 35 anos, aguarda a vacina para imunizar seu filho de oito anos. "Eu não posso dar de graça nos postos e não posso pagar para aplicar. Mas diante de todos os casos que vimos na televisão vou fazer um esforço para pagar e manter meu filho longe desse vírus", conta a mulher, que quer vacinar logo filho com medo de que ele seja contaminado com a doença durante o período carnavalesco.
A professora Ana Cláudia Mota (28) também quer garantir sua dose na clínica particular. Ela teme ser contaminada, uma vez que com o Carnaval os vírus se propagam mais rápido. “Estou no aguardo da vacina e vou tomar assim que estiver disponível. Espero que seja logo, antes do carnaval”, diz.
Surto de meningite
Na manhã de hoje (7), o secretário de Estado da Saúde, Antonio Carlos Guimarães, realizou uma coletiva de imprensa, onde admitiu a existência de um surto de meningite no estado. O secretário confirmou ainda, que os municípios de Areia Branca, São Cristovão e Aracaju são os locais onde o vírus está concentrado. Antônio Carlos, todavia, pediu calma à população e disse que não há motivos para pânico.
No ano passado, foram registrados 55 casos de meningite, desses, 15 foram meningocócicas. Somente este ano, desde o dia 26 de janeiro, 11 casos foram registrados e quatro pessoas morreram. Os dados foram apresentados durante a coletiva, pelo infectologista Marco Aurélio Góes.
Na oportunidade o secretário afirmou que a situação está sendo monitorada pelo Ministério da Saúde e que não houve aparição de novos casos nos últimos quatro dias no Estado.
O mais recente caso de morte por meningite meningocócica ocorre há quatro dias. A menina A.C.B.S. de oito anos morreu vítima da bactéria. Ela e mais quatro pessoas foram internadas na última terça-feira, 31, nos Hospitais de Urgência de Sergipe (Huse) e Cirurgia e apresentavam sintomas da doença.


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