Aracaju
Famílias da antiga Clínica não aceitam ir para galpão oferecido pela PMA
Moradores da antiga clínica acham galpão "insalubre" e reivindicam auxílio moradia
Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 11/02/2019 11h16 - Atualizado em 11/02/2019 15h15

Com o prazo de demolição se expirando, moradores do prédio onde funcionava a antiga clínica Santa Maria, em Aracaju, ainda não decidiram para onde ir. Em reunião na manhã desta segunda-feira (11) na sede do Centro Administrativo da capital, representantes da gestão do prefeito Edvaldo Nogueira voltaram a ofertar o galpão localizado na rua Acre como solução para a realocação das 125 famílias que vivem no prédio. 

De acordo com o representante dos moradores, Antônio Miguel dos Santos, a oferta foi prontamente negada por eles, que veem o local como insalubre e inadequado para comportar as famílias, animais e móveis. “Não estamos escolhendo um local específico, o que queremos é um auxílio moradia para que a gente possa alugar casas”, disse.

Segundo o defensor Alfredo Nikolaus, desde 2014 existe uma ação julgada procedente condenando a administração municipal a pagar o auxílio moradia às famílias. Com um recurso junto ao Tribunal de Justiça perdido, a Prefeitura recorreu ao Tribunal Federal. “É importante frisar que a Prefeitura sabe desses problemas desde 2015, já tem uma sentença contra eles, o que eles têm que fazer é cumprir e não colocar dentro de galpões”, disse Nikolaus.

Procurada pelo portal F5 News, a Prefeitura afirmou reconhecer o pedido de auxílio moradia, mas não tem conhecimento da obrigação do pagamento. A pasta ainda afirmou que está em diálogo desde o momento em que foi expedido o laudo da Defesa Civil.

Segundo os moradores, eles nunca receberam auxílio moradia e nenhuma ajuda do município. A dona de casa Maria Cristina afirmou que sua família já esteve em situação mais difícil, morando na rua e não aceitarão qualquer coisa.

“O galpão não tem nenhuma estrutura para abrigar 126 famílias. A desculpa é de que essa medida preserva a nossa vida, mas jogar num local quente daquele é a única forma? Nós não vemos assim, podem existir outras possibilidades”, declarou a dona de casa.

Para Neide Santos,outra moradora, depois de toda a repercussão do caso, os moradores vivem em situação crítica, tendo que ficar alertas a toda e qualquer movimentação em frente ao local. “A gente está com medo de ser despejado. Isso não pode ser feito com o ser humano, a gente compra pão próximo para não sair daqui”, afirmou. 

Contrariamente ao que o secretário da Defesa Social e da Cidadania, Luís Fernando Almeida, afirmou, nenhuma família trocou o seu local pelo galpão. “Viemos para cá em busca da casa própria e nenhuma repartição nos olhou até agora”, disse a dona de casa Neide Santos.

* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.

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