Famílias da ocupação reclamam de falta de assistência da PMA
Presidenciável, Boulos, acompanha reunião das famílias com Edvaldo Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 14/05/2018 11h30 - Atualizado em 14/05/2018 11h47Aracaju, manhã de sábado (12), dia de sol. Polícia Militar inicia desocupação de moradores que estavam em terreno da Coroa do Meio. Após muita confusão, pneus queimados, gritaria e tensão, os moradores da ‘Ocupação Marielle e Anderson vivem’ aceitam ser realocados para um galpão no bairro Siqueira Campos.
Na negociação com a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) solicitaram assistência básica àquela população, como água, alimentação e banheiros químicos.
De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), não é possível quantificar o número total de famílias realocadas para o galpão. Somente a partir do cruzamento dos dados do movimento com os registros feitos pela prefeitura é que se poderá ter o quantitativo total.
Essa cautela, segundo a secretaria, se dá porque existem pessoas que se aproveitaram do momento e se registraram como integrantes da ocupação. Portanto, faz-se necessária uma triagem para que permaneçam apenas as pessoas que estavam realmente na ocupação. A partir daí, será realizada uma avaliação de recorte de renda por posição familiar e determinar o número de famílias da ocupação.
Após o quantitativo e o conhecimento do perfil socioeconômico é que a prefeitura traçará estratégias de realocação dos populares. Com três dias no local, já existe uma queixa quanto à falta de assistência da prefeitura. Segundo eles, o café da manhã desta segunda-feira (14) não foi entregue.
O defensor público Alfredo Nicolaus afirmou nesta manhã, em entrevista ao Balanço Geral da TV Atalaia, que o acordo era até a segunda-feira. “Uma das condições e o acordo para a desocupação que foi feito com a liderança do movimento era o fornecimento da alimentação até a segunda-feira, quando seria marcada uma reunião com o prefeito Edvaldo Nogueira, o que não ocorreu. Todos estão com fome, inclusive as crianças”, disse.
Após o précandidato à presidência, pelo PSOL e coordenador do MTST, Guilherme Boulos, visitar o galpão onde as famílias estão alocadas na manhã desta segunda-feira (14), ele foi recebido, juntamente com representantes da ocupação, pelo prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira.
A assessoria da Semasc alega que foi acordado entre as partes apenas cinco refeições e que neste período foram entregues 1750, ou seja, 350 por turno, entre o sábado e o domingo. O acordo teria sido feito para que os populares pudessem se reorganizar e, a partir de hoje, ter condições de se encarregar das próprias refeições, conforme era feito na ocupação. A prefeitura continua fornecendo água.
Segundo o defensor, as condições impostas no galpão são precárias. “O banheiro é muito pequeno, tem gente dormindo no chão ou com apenas um lençol embaixo e o que eu analiso, mais uma vez, após sete anos, a prefeitura de Aracaju trata a população como animais, depositando dentro de galpões, isso aconteceu em 2011, a defensoria entrou com uma ação civil pública e essas famílias foram retiradas e sete anos depois o município faz a mesma coisa”, afirma Alfredo.
O risco de crianças se infectarem com alguma doença é grande, de acordo com Alfredo, porque o lugar é abafado, sem ventilação. Segundo o representante da defensoria, a falta de alimentação pode causar um mal súbito e a Secretaria de Assistência Social e Cidadania pode ser responsabilizada criminalmente.
As famílias prometem fazer protesto no dia de hoje para cobrar um posicionamento da Prefeitura Municipal de Aracaju.
* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araújo.
Foto: F5 News


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