Famílias de ocupação cobram posição da PMA quanto à moradia
Executivo afirma que está em negociação com lideranças
Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 11/06/2018 13h30 - Atualizado em 11/06/2018 13h38

A situação das famílias que foram retiradas da ocupação ‘Marielle e Anderson Vivem’, na zona Sul de Aracaju (SE),  continua sem definição. São centenas de pessoas alojadas em um galpão, em resistência, mesmo com a situação, definida por eles como, insalubre.

Desde a decisão imposta pela justiça, que levou os moradores da ocupação até um galpão, no bairro Siqueira Campos, os representantes das famílias esperam uma resposta da prefeitura à uma contraproposta entregue no dia 14 de maio, quando o pré-candidato à Presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, fez uma visita a Sergipe.

"A prefeitura não apresentou nenhuma proposta concreta de solução da moradia para o movimento ‘Marielle e Anderson Vivem’, nem qualquer política pública para moradia popular, coisa que a prefeitura, hoje, não possui”, disse o jornalista Vinícius Oliveira.

De acordo com ele, a prefeitura tem dado assistência parcial às famílias, mas o desconforto com o calor e com a água com péssimas condições para o consumo faz com que muitas pessoas tenham diarreias e enjoos, principalmente mulheres grávidas.

“As pessoas estão evitando tomar água dos bebedouros porque está causando desinteria, que é uma questão do bairro. O calor faz com que mulheres e crianças passem mal. Isso já ocorria, mas num espaço de concentração esse fator eclode”, disse.

Além desses fatores, as famílias estão tendo que conviver com uma alimentação que não é das melhores. Diariamente são realizadas “vaquinhas” para a compra de algum alimento para nutrir as pessoas. “Estamos precisados de doações, até porque são famílias muito carentes, que têm o histórico de, às vezes, nem se alimentar três vezes por dia e a gente não consegue oferecer uma alimentação mais digna”, comenta Vinícius.

A prefeitura de Aracaju afirmou que houve uma reunião com as lideranças na semana passada e o movimento solicitou a permanência no galpão. O Executivo diz estar em negociações constantes para resolução do caso com representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), mas não se posicionou quanto a um prazo para tal medida.

"Em reunião realizada com o secretariado municipal no último dia 7, foi acertada a permanência no prédio, devido a uma solicitação do próprio movimento, enquanto são verificados espaços para possíveis construções de moradias das famílias, com resultados finais a médio e longo prazo. A Prefeitura ressalta que o problema de moradias é nacional, em um momento em que existem poucos recursos no Governo Federal", disse a PMA, em nota .

Ainda segundo a PMA, a secretária de Assistência Social, Rosane Cunha, aponta que galpão não é o ideal para moradia e que se trata de uma situação transitória. “Após a reunião, disponibilizamos o vale gás para as famílias e ficamos de analisar outras solicitações. Além disso, a Prefeitura irá verificar a possibilidade de reforçar a assistência médica ofertada pelo ‘Consultório de Rua’ da Secretaria Municipal da Saúde. Estamos somando esforços para continuar dando apoio ao pessoal que está no galpão”, declarou.

* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araújo.

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