Fecomércio e MP de SE firmam convênio em prol de mulheres vítimas de violência
Capacitação vai auxiliar o combate à violência e o empoderamento da mulher, diz promotora
Cotidiano | Por Fernanda Araujo e Will Rodriguez 20/08/2019 16h04 - Atualizado em 20/08/2019 19h38

Quebrar o ciclo da violência, ter independência emocional e financeira e enxergar novos horizontes. Para as mulheres vítimas da opressão física, sexual, psicológica e moral dentro do próprio lar, essas perspectivas poderão ser alcançadas através de um projeto de qualificação profissional e de inclusão social em Sergipe.

O Sistema Fecomércio, Sesc e Senac, através da Câmara da Mulher Gestora e Empreendedora, juntamente com o Centro de Apoio Operacional (CAOp) dos Direitos da Mulher, do Ministério Público, firmaram um convênio para a oferta de cursos destinados às mulheres que são vítimas da violência doméstica. As definições das ações a serem realizadas aconteceram na sede da Fecomércio em mais uma reunião, nesta terça-feira (20), que visa ainda o trabalho de prevenção da Lei Maria da Penha. 

A oferta de capacitação, segundo a promotora Euza Missano, vai auxiliar no trabalho de combate à violência e ao empoderamento da mulher nesse processo traumático, dando a ela condições de subsistência. "A mulher muitas vezes depende quase totalmente do companheiro do ponto de vista financeiro e por isso não consegue sair dessa violência. Parcerias como essa são justamente para oportunizar a essa mulher a capacitação em algum curso, profissionalizante ou não, que gere renda para si, e a partir daí ela possa quebrar esse ciclo de violência, se empoderar, além de renovar sua autoestima", afirma Missano.

As medidas para oportunizar a inserção da mulher no mercado de trabalho ainda estão sendo delineadas. "Junto ao Senac já encontramos e sabemos que desde 2013 existe um convênio com o Tribunal de Justiça, e do molde desse convênio estaremos trabalhando uma nova minuta com o MP, Instituto Mariana Moura, sistema Fecomercio, Sesc e Senac e demais instituições que queiram se integrar ao projeto", explicou a diretora regional do Sesc, Aparecida Farias.

A ideia também é inserir os filhos dessas mulheres no programa Menor Aprendiz, além de trabalhar a reflexão entre os homens e o acesso das vítimas ao apoio psicológico. Segundo a promotora Euza Missano, reuniões com o Município de Aracaju estão sendo feitas no sentido de estabelecer um Centro de Referência para esse atendimento à mulher.

"A intenção é que isso seja institucionalizado, tem que partir do próprio município. Temos tido recepção siginificativa do gestor municipal [Edvaldo Nogueira], o prefeito tem se mostrado solícito a essas inserções feitas pelo Ministério Público para a execução de políticas públicas para assistência à mulher", relatou.

Com índices de feminicídio ainda alarmantes no estado, como em todo o país, segundo a promotora é preciso uma rede integrada de proteção e de assistência, que acolha e dê atenção à vítima para que ela seja estimulada a denunciar. "A grande preocupação é que na maioria dos feminicidios que ocorrem a mulher não teve medida protetiva. São muitas vezes mulheres que sofrem de maneira silenciosa. Trabalhar o eixo da Lei Maria da Penha no que diz respeito ao empoderamento da mulher é quebrar esse ciclo", diz Missano.

 

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