“Ficará atestado que não houve desvio de finalidade”, diz secretária da Saúde
Pasta volta a se defender das denúncias de irregularidades no Hospital de Campanha Cotidiano | Por F5 News 07/07/2020 19h15 - Atualizado em 08/07/2020 12h45A secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza, afirmou no começo da noite desta terça-feira (7) que a investigação dos órgãos de controle deve concluir que não houve desvio de finalidade no processo de construção do Hospital de Campanha para pacientes com covid-19. Alvo da operação Serôdio mais cedo, a administração municipal é investigada por suposta fraude na licitação, além de falhas técnicas no projeto básico e também na formatação da estrutura erguida no Estádio João Hora.
Em uma extensa nota enviada à imprensa, a gestora voltou a manifestar surpresa com a ação policial para cumprimento dos mandados de busca e apreensão na sede da Secretaria e também em endereços ligados à servidores da pasta. Segundo Waneska, os documentos relacionados à construção do Hospital de Campanha, solicitados pela Controladoria Geral da União (CGU) e que embasaram o início da investigação, foram enviados quatro dias úteis após a requisição. Esse material, segundo os investigadores, chegou incompleto e também com divergências.
“Todos os processos de contratação têm obedecido a legislação. Sobre esse projeto em particular, foram feitos procedimentos que não estão previstos na dispensa de licitação justamente para deixar mais claras e mais transparentes as ações realizadas. Em nenhum momento, nos furtamos de encaminhar qualquer informação. Por conta disso, estamos surpresos com a operação. Estamos aqui para colaborar e tenho certeza que, no final de tudo, ficará atestado que não houve nenhum desvio de finalidade”, declarou Waneska.A Secretaria afirma que instaurou um processo interno de auditoria na Controladoria Geral do Município que está avaliando a formalidade do processo, como também o pagamento dos serviços e elencou uma série de respostas às questões pontuadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Confira:
A Secretaria esclarece que não há divergência de piso do que foi descrito no termo de referência. O piso instalado atende todas as especificações solicitadas no edital. Inclusive o TCE acompanhou esse caso na época de montagem da unidade e constatou que foram aplicadas três camadas de pisos: o easyfloor, o tablado de madeira e a manta de linóleo.
Sobre a inexistência de instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, de dados e voz, os serviços foram implementados em contratos diferentes do da montagem do HCamp. Porém, o município garante que todas as instalações foram realizadas dentro dos padrões de segurança e das legislações da administração pública vigentes. Para o projeto hidrossanitário, por exemplo, foi feito um termo de referência para contratação de empresa para execução e o projeto foi, inclusive, elaborado pelos técnicos da Deso, em parceria com a prefeitura de Aracaju.
A respeito do curso locação de aparelho de ar condicionado, cada máquina de refrigeração instalada no HCamp custa aproximadamente R$ 70 mil. Como são 20 máquinas instaladas, o custo para a aquisição seria de R$ 1,4 milhão. Todas as 20 máquinas locadas hoje representam um custo mensal de R$ 175 mil por mês, o que ao final do contrato de seis meses, representaria uma economia de mais de R$ 300 mil. Além disso, o contrato vigente já inclui todos os serviços de manutenção e substituição, caso seja necessário.
Sobre o pagamento do serviço vigente, o primeiro faturamento não foi pago pela secretaria, justamente porque a área técnica identificou que o serviço prestado pela empresa estava em desacordo com o descrito no projeto. Ou seja, a empresa executou o serviço de forma parcial, o que gerou uma glosa total do valor que seria pago.
Já a questão do pé-direito mínimo inferior ao previsto em projeto básico, o Laudo Pericial também indicou a existência de sobrepreço na locação da estrutura de climatização e na locação de containers. O pé-direito da unidade Hospitalar tem diversas alturas. As divisórias dos leitos em TS medem 2,20m e serve apenas para separar os pacientes, porém a estrutura metálica tem altura mínima de 4m e a cumeeira tem 5,80m, o que atende a exigência do termo de referência.





