Fiocruz indica municípios socialmente vulneráveis à Covid-19 em SE
Região Metropolitana de Aracaju está na zona de risco para epidemia da doença Cotidiano | Por F5 News 16/04/2020 14h20Um relatório de pesquisadores da Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (EMAp/FGV) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sobre o risco de disseminação da Covid-19 no Brasil, publicado esta semana, aponta municípios de Sergipe que são socialmente vulneráveis à doença.
A falta de infraestrutura, baixo IDH - Índice de Desenvolvimento Humano -, o número baixo de respiradores e de leitos, colocam os municípios em vulnerabilidade, caso a incidência do novo coronavírus aumente, conforme a análise.
Os mais vulneráveis socialmente estão entre os municípios das regiões do Alto Sertão, Baixo São Francisco e Sul do estado. São localidades com populações urbanas e rurais, que têm uma expectativa de vida significativamente menor, em relação a outras regiões do estado mais urbanizadas e com expectativa de vida, índices de desigualdade e infraestrutura acima da média.
Nessas localidades também se configuram pobreza significativamente alta e menos infraestrutura. Também há predominância de populações rurais, alta desigualdade, baixo IDHedu, pouco acesso a serviços de água e esgoto, mas com acesso à eletricidade ou acesso precário da energia. Nessa situação avaliada no país, esses municípios estão localizados principalmente na área seca do bioma Caatinga, no Nordeste e alguns municípios do Norte.
Sergipe tem 48 casos confirmados de Covid-19, até o momento, e conforme o estudo o número representa menos de 20% dos casos no Nordeste. Foram confirmados casos em Aracaju, no total de 37, Propriá (2), Pacatuba (2), Nossa Senhora da Glória (2), Capela (1), Itabaiana (1), Simão Dias (1), Nossa Senhora do Socorro (1) e São Cristóvão (1).
Geograficamente, segundo o estudo, de acordo com os dados de notificações de casos, os principais focos de atividade de Covid-19 em Sergipe, no momento, estão na região metropolitana de Aracaju. Na capital, metade da população tem atendido as medidas de isolamento social. Conforme as análises, o estado tem nível de vulnerabilidade geográfica alta na capital para entrada e circulação geográfica do vírus (na ausência de medidas de redução de mobilidade).
O estudo considerou o atual cenário no estado, em que as ações de redução de mobilidade implementadas resultaram na queda de 50% no fluxo intermunicipal e uma redução de um terço no contato intra-urbano.
Porém, o relatório aponta que, entre os dez municípios sergipanos com maior maior probabilidade de uma epidemia - mesmo se houver manutenção de restrição do fluxo intermunicipal de 50% e 30% de distanciamento social - Aracaju é o primeiro da lista, seguido de Umbaúba; Itabaianinha; Frei Paulo; Gararu; General Maynard; Graccho Cardoso; Ilha das Flores; Indiaroba e Itabaiana. Os cálculos foram feitos considerando as medidas de controle de mobilidade atualmente implementadas.
O gráfico também cita os municípios de Itabi, Estância, Itaporanga D'Ajuda, Japaratuba, Japoatã, Lagarto, Laranjeiras, Macambira, Feira Nova e Divina Pastora.
O estudo também apontou a situação de Síndrome Gipal Aguda Grave (SRAG) no estado, analisada pelo sistema Infogripe da Fiocruz, que monitora os dados de notificação de síndrome respiratória aguda grave no Brasil, tendo como base o sistema da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, gerando alertas de situação com base no padrão histórico de cada região analisada. Conforme período analisado, Sergipe apresentou incidência alta para a síndrome, em comparação a anos anteriores.
"De acordo com o Infogripe, a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) está em nível epidêmico considerando o histórico do estado. Para essa época do ano, a SRAG está na zona de risco. Recomendamos o reforço na testagem de Covid-19, na medida em que existe uma atividade aumentada de SRAG no Estado", recomendam os pesquisadores.





