Frota de veículos cresce, mas faltam agentes de trânsito em Aracaju
Especialistas apontam outros entraves do sistema viário da capital Cotidiano | Por Fernanda Araujo 07/05/2018 16h35 - Atualizado em 07/05/2018 17h42Com a crescente frota de veículos em Aracaju, o trânsito ainda é um problema na capital sergipana. Como acontece na grande maioria das cidades, a capital sofre com diversas dificuldades que impedem o fluxo livre. Na visão de especialistas no trânsito, a falta de planejamento, ocupações irregulares e especulações imobiliárias resultaram em um sistema viário deficiente e insuficiente.
A população metropolitana já esta próxima de 1 milhão de habitantes e já é classificada, pelo Ministério das Cidades, como uma cidade grande. Os pontos mais críticos no trânsito da capital, segundo a SMTT, são as grandes avenidas como a Tancredo Neves, Heráclito Rollemberg e Beira Mar. Situação que é vivenciada todos os dias pelo taxista, Oscar Astério, que está há 17 anos no ramo.
“É complicado principalmente a gente que lida com transporte de passageiro. Fica ruim de chegar à casa do cliente, é trânsito lento. Desses anos para cá, a situação só piorou, são muitos carros na cidade e até as sinalizações são fracas”, critica o taxista.
Para agravar, o efetivo de agentes de mobilidade é considerado pelo sindicato da categoria abaixo do necessário para controlar o tráfego. Esse problema foi notado, recentemente, no apagão que aconteceu em março deste ano e afetou as regiões Norte e Nordeste do país deixando o trânsito da capital caótico. Em avenidas, como a Barão de Maruim, uma das mais movimentadas da cidade, não havia nenhum agente.
A situação, na opinião do presidente do Sindicato dos Agentes de Trânsito, Fábio Bulandeira, o número de agentes em Aracaju é um pouco mais de 200, efetivo que tem se reduzido a cada ano, segundo Bulandeira, o que é causado pela falta de investimento na categoria.
“Falta melhoria salarial e a existência de um plano de carreira. Quando abre um concurso, parte dos agentes acaba fazendo concurso para poder ter uma estrutura de carreira que não existe na SMTT. Os salários dos agentes estão defasados há muitos anos, atualmente eles possuem a pior média salarial em todas as capitais do país. Isso acaba desmotivando o profissional”, critica Bulandeira.
A estatística da SMTT aponta que o número da frota de veículos na capital evoluiu de 291.175 em 2016 para 299.459 até março deste ano, que corresponde a 8.284 veículos a mais (2,8 %). A SMTT estima que 280 mil veículos circulem pelas ruas de Ará todos os dias. O Departamento Nacional de Trânsito recomenda um agente para cada mil habitantes/veículos no município. No caso da capital, segundo Bulandeira, seriam necessários no mínimo 300 agentes para atender a frota.
“São quase 300 mil veículos, a população de Aracaju é de 650 mil habitantes, ‘a cada duas pessoas, existe um veículo em Aracaju’. É um número alarmante. Fora os veículos de municípios da Grande Aracaju, que estão diariamente rodando na capital, e de municípios e estados vizinhos. Seria preciso tirar de circulação carros em más condições e irregulares, investir em câmeras para fiscalizar o fluxo de veículos, em semáforos inteligentes”, afirma.
Planejamento
Para o especialista em trânsito, Francisco Navarro, o “grande desafio é priorizar os investimentos com soluções que resolvam os problemas dentro do orçamento adequado”. Segundo ele, um conjunto de fatores, que devem ser trabalhados a curto, médio e longo prazo, impede a melhoria da mobilidade, entre eles, o grande volume de veículos, transporte público desproporcional e pouco espaço para o deslocamento não motorizado e individual para pedestres e ciclistas.
O Plano de Mobilidade contêm as diretrizes e planejamento das ações para a mobilidade e é um importante aliado nesse processo. Para Navarro, o Plano deve garantir que os espaços públicos e suas características destinadas à locomoção sejam preservados e que não seja utilizado para outro fim.
Além disso, que sejam feitos investimentos em transporte público de qualidade, com a implantação do BRT; no planejamento e construção de novas ligações de avenidas para desafogar as vias; garantir infraestrutura em calçadas e ciclovias; investir na sinalização horizontal e vertical; otimizar o uso dos corredores exclusivos; investir em tecnologias de mobilidade com semáforos inteligentes e em educação no trânsito.
“Menos de 30% utilizam transporte individual. Os demais usam transporte público, bicicletas ou se deslocam a pé. Os projetos devem ser planejados para longo prazo atendendo as necessidades de uma cidade grande. Em Aracaju tem inúmeros exemplos de viadutos e soluções paliativas que se demonstraram ineficientes em curto espaço de tempo”, avalia o especialista.
Mobilidade
Segundo o coordenador de Educação para o Trânsito da SMTT, Jorge Luiz, o órgão já tem em andamento o projeto de mobilidade urbana para amenizar os impactos dos congestionamentos nas áreas. Sobre a quantidade de agentes na capital, o coordenador afirma que o fluxo crescente de veículos em todo país, “não é acompanhado, e nem pode ser”, pelo número desses profissionais.
“Assim que aplicado o projeto de mobilidade urbana, estaremos realizando a situação. A SMTT vem trabalhando no processo para que assim possa impactar essa sensação de falta de efetivo”, diz.


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