Fundação conscientiza sobre risco de extinção do peixe-boi marinho
Blitz Educativa pela conservação acontece na Orla Pôr do Sol, em Aracaju Cotidiano | Por Fernanda Araujo 07/06/2019 17h42 - Atualizado em 08/06/2019 10h49O peixe-boi marinho é ainda um dos mamíferos aquáticos mais ameaçados no Brasil e classificado na categoria 'em perigo', no status de conservação. A espécie, que chega a medir até quatro metros de comprimento, já foi, ao longo da história, distribuída desde o estado do Amapá até o Espírito Santo de maneira contínua, mas em função da caça e de diversos fatores ambientais, foi tendo sua população sistematicamente reduzida.
Essa situação passou a ser combatida através do trabalho de conservação de instituições ambientais e a espécie, hoje voltou a reaparecer na natureza, principalmente no Nordeste. Apesar que de maneira ainda pontual, a Fundação Mamiferos Aquáticos (FMA) aponta que em Sergipe já existe evidência desses animais no rio São Francisco, na divisa de Alagoas, após serem reintroduzidos na região.
O Astro, espécie monitorada pela Fundação Mamíferos Aquáticos, utiliza o estuário do rio Vaza-Barris se estendendo também como área de vida as imediações de Rio Real e Mangue Seco, na Bahia, e entre a Praia do Saco, em Estância, litoral sul de Sergipe; a princípio para o descanso, alimentação e ingestão de água com baixa salinidade, segundo especialistas.
Uma ação educativa, na Orla Pôr do Sol, em Aracaju, pretende promover a conscientização pela conservação desse e de outros animais marinhos. Com o Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, a Fundação Mamíferos Aquáticos realiza neste sábado (8) a Blitz Educativa, com exposição temática e das ações voltadas para a conservação do meio ambiente, com foco no Peixe-Boi Astro.
"É uma iniciativa de abordagem aos atores sociais presentes no local, tratando sobre a conservação do peixe-boi marinho. Tem também nossa tenda com os materiais da nossa exposição itinerante do projeto", informa Ricardo Araujo, diretor de Desenvolvimento Institucional da FMA. O evento, patrocinado pelo Programa Petrobras Socioambiental, ocorre das 8h às 11h.
"Somente em meados do final da década de 90 início dos anos 2000 é que Sergipe voltou a ser utilizado como área dos peixes-bois marinhos. Ainda são poucos indivíduos, mas já é motivo de felicidade. Por meio da educação ambiental na sociedade, acreditamos ser possível transformar o comportamento das pessoas e tê-las ajudando na estratégia de conservação da espécie", afirma veterinário João Carlos Gomes Borges, diretor de Pesquisa e Manejo da FMA.
Fatores de risco
De acordo com João Carlos, também coordenador do Projeto, apesar da caça a essa espécie praticamente não acontecer mais, ainda existem outros fatores que ameaçam a sobrevivência dela e de outros animais marinhos. Entre os perigos, estão a captura acidental em redes de pesca, a perda de habitat, o encalhe de filhotes, o risco de atropelamento com o tráfego de embarcações motorizadas, e, inclusive, a ingestão de lixo e resíduos.
"Infelizmente, nos monitoramentos de algumas áreas do litoral, temos nos deparado com vários animais marinhos em que a principal causa da mortalidade é a ingestão de lixo. Isso tem levado a óbito inúmeras espécies, especialmente as tartarugas, aves e os mamíferos aquático", lamenta o veterinário.
"Sem dúvida, é uma causa que tem impactado bastante e desejamos que instrumentos de políticas públicas, atrelados à mudança de comportamento da sociedade, possam cada vez mais reduzir esses impactos e assegurar a conservação dessas espécies", adverte ele.
Conservação
Entre as atividades desenvolvidas em prol da conservação, a Fundação realiza ações de educação ambiental, monitoramento dos animais em vida livre, resgate e pesquisa, com o objetivo de compreender os animais. Animais encalhados, sejam vivos ou mortos, são resgatados; os que sobrevivem são encaminhados à reabilitação e, quando aptos, devolvidos à natureza.
Ainda segundo a FMA, em prol da manutenção da espécie, são promovidas alternativas econômicas para a geração de renda em comunidades onde a entidade atua, a partir de ações inclusive alusivas aos peixes-bois marinhos, seja na produção de artesanato, como também em incentivo à prática de turismo sustentável.
"E também ações de políticas públicas. A Fundação entende que muitas vezes para assegurar a conservação desses animais é importante ter instrumentos normativos que contribuam para isso. A Fundação faz parte de inúmeros fóruns ambientais onde essa temática é debatida", ressalta João Carlos.
*A ação deste sábado foi cancelada devido o mau tempo.


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