Greve dos médicos de Aracaju ultrapassa 100 dias sem previsão de encerramento
Categoria está sem salários há cerca de quatro meses. PMA diz que não há condições de conceder aumento
Cotidiano | Por Saullo Hipolito* 01/11/2018 11h00 - Atualizado em 01/11/2018 18h45

Em mais um ato público, os médicos do município de Aracaju reivindicam uma posição do prefeito Edvaldo Nogueira acerca do reajuste salarial. Já são 105 dias de greve sem que haja acordo entre as partes. Os servidores continuam cobrando diálogo com representantes da gestão municipal.

“Ele [o prefeito] não nos recebeu nesses cem dias de greve, desqualificou o movimento. O secretário Jeferson Passos também não nos recebeu, infelizmente eles optaram pela mentira. Foram para a imprensa dizer que a gente pediu mais de 40% de reajuste, ou que estão se reunindo, quando sabemos que não está acontecendo, temos gravado toda a situação, infelizmente foi esse o caminho que o prefeito escolheu”, disse em entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Atalaia o presidente do Sindicato dos Médicos (Sindimed) de Sergipe, João Augusto.

Segundo ele, o pedido de reajuste feito pelo sindicato é de 2,94%, mas ao invés de negociar o valor, a gestão municipal teria aumentado a folha de cargos comissionados em 3,2 milhões. Os médicos afirmam que a lei de responsabilidade fiscal também está abaixo da limite prudencial.

“Ele teria folga para dar o reajuste, mas escolheu não dialogar com a categoria. Depois da negociação com a categoria do transporte público, aumentou ainda mais nossa indignação. Eles pedem 26% de reajuste e para esse grupo empresarial, a prefeitura disse que vai analisar para ver qual o percentual”, disse João Augusto.

Durante o período de greve, os médicos estão sem receber os salários e impedidos de pegar empréstimos bancários. “Eu mesmo tive que pegar empréstimo em nome da minha esposa, porque mesmo com meu salário, eu tinha o direito de receber meu contracheque e, por isso, não podemos pegar o empréstimo, isso é de uma maldade extrema”, falou.

Para o presidente o ato é um desrespeito à Lei de Aracaju, a Constituição Federal, que garante reajuste para o servidor, além da categoria médica.

Fim da greve

De acordo com o movimento sindicalista, a greve pode chegar ao fim em pouco tempo, mas o presidente alertou para um retorno. “Já deixamos de pronto, a greve pode acabar porque estamos sem nossos salários há quatro meses, trabalhador nenhum aguenta, mas qualquer percentual dado à tarifa, vai ter que dar também para o servidor, caso contrário entramos novamente em greve”, afirmou João Augusto.

A Secretaria Municipal de Saúde reconhece que o ato faz parte do processo democrático, mas por meio de nota à TV Atalaia, a pasta afirma que não há espaço para conceder reajuste e reforça, ainda, que aguarda a decisão judicial sobre o caso e espera que os profissionais possam voltar às atividades o mais rápido possível.

* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.

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