Grota do Angico: preservação ambiental, pesquisa e ecoturismo andam lado a lado
Monumento Natural tem importância fundamental para conservação da Caatinga Cotidiano | Por Agência Sergipe 04/05/2019 13h52O local, além de deter de elementos culturais importantes para o Estado, mantém a integridade dos ecossistemas naturais da Caatinga, sendo campo de desenvolvimento de pesquisa científica, educação ambiental e ecoturismo
A Caatinga é um tipo de bioma exclusivamente brasileiro e se caracteriza por um ecossistema ligado ao semiárido. O termo vem do tupi-guarani, que significa floresta branca, devido ao desfolhamento em alguns meses do ano. Típica da região Nordeste do país, cobrindo uma área de 734.478 km2, ou cerca de 70% do território nordestino, a Caatinga é uma das mais significativas reservas em Sergipe que, atualmente, possui mais de 2.400 hectares preservados. A região também é berço de diversas espécies animais, além de árvores baixas com troncos tortuosos, cactáceos e plantas espinhosas.
Segundo o último relatório do Ministério do Meio Ambiente, a Reserva Monumento Natural Grota do Angico, que é uma Área de Proteção Ambiental de Caatinga entre os municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco, no Alto Sertão Sergipano, abriga 25 espécies de mamíferos; 150 de aves; 45 de répteis e anfíbios; e 180 de vegetais. A reserva foi criada pelo Governo do Estado, sendo administrado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (Sedurbs), por meio da Superintendência de Recursos Hídricos e Meio Ambiente.
“O Monumento Natural da Grota do Angico é uma unidade de conservação criada e mantida pelo governo do Estado desde o ano de 2007, que tem uma importância fundamental para a preservação da nossa Caatinga e da fauna também daquela região, ou seja, da biodiversidade. As ações de conservação empenhadas ali, mostram o compromisso do Governo com o meio ambiente e com a nossa caatinga, disponibilizando estrutura e área de reserva para a sociedade, para os que fazem estudos pesquisa e, também, para os amantes do ecoturismo”, explica o superintendente especial dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente, Ailton Rocha.
As ações citadas por Ailton se evidenciam pelo intenso trabalho de conservação desenvolvido no local. "Temos estudos que comprovam que 25% da remanescente de caatinga original foi devastado e isso tem a ver com o avanço socioeconômico das cidades que fazem parte deste ecossistema. Mas, em Sergipe, os mais de dois mil hectares da reserva são completamente protegidos e servem como campo de pesquisa para estudiosos do mundo tempo. O trabalho tem dado tão certo que alguns animais, endêmicos da área, já apresentam um crescimento populacional. E isso é resultado das ações de conservação", detalha o gerente de Meio Ambiente da Sedurbs, Elísio Marinho.
A reserva ainda é morada de alguns animais e plantas endêmicos -- àqueles que só existem em determinada região -- e são objetos de estudos de diversos pesquisadores. “Existem 3 espécies de mamíferos endêmicas como, por exemplo, o Mocó (Kerodon rupestres), 30 espécies de plantas, entre elas o Umbu (Spondias tuberosa) e o Mandacaru (Cereus mandacaru), além de 14 espécies de aves, incluindo o Casaca de Couro (Pseudoseisura cristata) e o cardeal do nordeste (Paroaria dominicana)”, descreve o mestrando em Ecologia e Conservação e pesquisador, Tarcísio Dourado.
Entre as árvores da região, destaca-se a craibeira (Tabebuia aurea) que, além de exuberante beleza, povoa uma das mais conhecidas crendices regionais. É que, na sabedoria popular, a presença da árvore induz à proximidade de água. Ou seja: a craibeira é sinal de sorte.
Turismo e pesquisa
O Monumento Natural Grota do Angico está localizado a cerca de 200km da capital sergipana e é aberto à visitação. O local, além de deter de elementos culturais importantes para o Estado, mantém a integridade dos ecossistemas naturais da Caatinga, sendo campo de desenvolvimento de pesquisa científica, educação ambiental e ecoturismo.
Além de todo o arquétipo natural, a região ainda é um dos destinos turísticos mais procurados do Alto Sertão. E isso se dá pelo contexto histórico atrelado ao turismo de aventura. “Sou vigilante do parque e, como conheço bem toda a área, também atuo como guia turístico nos dias de folga. O Monumento é muito rico em diversos aspectos. Aqui é área de pesquisa científica, mas também é ponto de visitação de gente de tudo que é canto. Sobretudo daqueles que gostam de turismo de aventura e história. Dentro do Monumento está o local onde ocorreu o massacre de Lampião e todo seu bando. Então, muita gente vem aqui pra conhecer um pouco mais sobre o cangaceiro mais famoso do Brasil”, relata James Cardoso.
A Secretaria de Estado do Turismo (Setur), também tem algumas parcerias com empresas que exploram a região. O objetivo é fomentar à divulgação turística deste importante destino.


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