O hospital municipal Nestor Piva, na zona Norte de Aracaju, foi desinterditado pelo Conselho Regional de Medicina de Sergipe. O atendimento das áreas clínica médica e cirúrgica voltou a ser normalizado desde a última semana, mas o da ortopedia foi retomado na tarde desta segunda-feira (14).

A escala médica da especialidade, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, já está completa e foi entregue em mãos aos representantes do Conselho. A previsão era de que a escala ortopédica, fechada com profissionais da empresa contratada pela pasta, seria encaminhada até às 14h desta segunda-feira (14), mas foi antecipada e o serviço foi desinterditado às 13h.

Segundo o primeiro secretário do CRM, Gustavo Melo, foi analisada a escala e se de fato o médico estava presente na unidade. “Neste caso solicitamos um médico por turno”.

De acordo com o secretário adjunto da Saúde, Carlos Noronha, a recomposição pelas equipes das empresas está acontecendo paulatinamente e, a partir da composição total, os servidores serão remanejados para outras unidades. “A recomendação é que nesse período de transição os médicos do Município permaneçam com seus plantões e trabalhando nas suas escalas”, disse à TV Sergipe.

Desde o retorno das áreas de clínica médica e cirúrgica foram realizados 1920 atendimentos, entre clínicos e cirúrgicos, segundo a assessoria da Secretaria de Saúde. Mas na unidade Fernando Franco, zona Sul, a interdição ética permanece devido à escala incompleta, sendo atendida apenas urgência pediátrica. Até o momento foram realizados três atendimentos pediátricos, segundo o secretário adjunto.

A informação da gerência do hospital é que a coordenação clínica está confeccionando as escalas de especialidades; até o momento tendo cinco dias fechados.

A unidade passa ainda por uma reforma para receber os servidores do Município que devem ser remanejados do Nestor Piva. Segundo o CRM, em vistorias realizadas diariamente foi constatado que, devido à reforma, o ambiente está insalubre para atendimento e equipamentos de alto custo foram acondicionados de forma irregular. O CRM deve solicitar relatório de revisão dos aparelhos à prefeitura para averiguar as condições atuais de uso.

A Secretaria Municipal de Saúde afirma, no entanto, que os serviços que causavam barulho e poeira já foram finalizados e prevê que a reforma seja concluída em menos de 60 dias.

Superlotação

O atendimento no Hospital de Urgência de Sergipe começou a ser normalizado com o retorno dos serviços do Nestor Piva. O corredor da catástrofe da unidade, que estava lotado na semana passada dando apoio a pacientes da Ala Azul, já estava praticamente vazio nesta segunda. No entanto, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, muitos pacientes, que deveriam ser atendidos nos hospitais municipais, ainda buscam atendimento ambulatorial no Huse.

Em Socorro, região metropolitana de Aracaju, a superlotação ainda permanece no hospital José Franco. Devido à alta demanda, a preferência está sendo dada a casos mais graves, de urgência e emergência; enquanto isso, outros pacientes estão tendo que aguardar mais tempo pelo atendimento. Segundo a superintendência do hospital, a média de atendimentos subiu de 230 por dia para 276.

“Temos empenhado esforços com potencialização de equipes, aumento de número de materiais e medicamentos. Tentando minimizar colocando mais profissionais nas escalas. Normalmente temos quatro clínicos durante o dia, e quatro à noite, colocamos o quinto”, afirmou o superintendente, Oldegard Júnior, à TV Atalaia.

O governo do Estado disponibilizou a contratação de 15 médicos a mais, 10 foram destinados para o Huse e cinco para o município de Socorro.