Saúde
Huse começa a ser afetado pela falta de médicos nos hospitais de Aracaju
Secretaria da Saúde tenta recompor escala na rede municipal, mas encontra dificuldades
Cotidiano | Por F5 News 03/01/2019 09h30 - Atualizado em 03/01/2019 10h14

A falta de médicos nos dois hospitais da rede municipal de Aracaju começa a ter reflexos no Hospital de Urgências de Sergipe (Huse). O plantão da unidade do Estado ficou lotado durante a última noite/madrugada e, na manhã desta quinta-feira (3), muitas pessoas reclamaram da demora em conseguir atendimento.

Vindo do interior sergipano, Carla Santana chegou às 20h dessa terça-feira (2) em busca de atendimento para o seu marido que está com os pés inchados e suspeita de trombose. No entanto, o casal dormiu na porta da unidade aguardando uma vaga. “A situação dele pode se agravar, precisa fazer exames, mas não tem previsão de quando vai conseguir”, diz.

Circunstância semelhante à da esposa de Bruna Oliveira que tem dores abdominais e chegou a passar pela triagem, mas continua à espera do atendimento médico. “A gente entende que teve muita movimentação, mas o médico não fez uma avaliação clínica, nem leu a ficha preenchida pela enfermeira”, conta, acrescentando que a orientação era aguardar a troca de plantão.

Superlotada, a recepção do Huse virou sala de espera para pacientes que, em macas e passando mal, dividiam espaço com acompanhantes e outras pessoas precisando de assistência médica.

Para evitar tumulto, a direção do Hospital pediu reforço da segurança da Polícia Militar, mas a medida não foi vista com bons olhos.

O motorista Aloísio Lourenço chegou a ser atendido no Hospital Municipal Nestor Piva, mas foi orientado a seguir para o Huse. Esperou mais de seis horas e não conseguiu fazer o procedimento que precisava. “Fiz os exames no Nestor Piva, mas não foi confirmada a suspeita de infecção urinária. O médico me mandou vir ao Huse para fazer um ultrassom porque lá não tinha o especialista. Cheguei aqui sete horas da manhã, mas não fui atendido”, afirma.

Recomposição da Escala

Os médicos da rede municipal deixaram a escala após um impasse gerado pelas mudanças no valor da hora paga na modalidade RPA (Recibo de Pessoa Autônoma). A categoria já se reuniu com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), mas não chegou a um consenso, pelo contrário, pediu reajuste do valor para R$ 180 aos finais de semana e R$ 148 durante a semana, medida inviável, de acordo com a pasta.

Nesta manhã, no Nestor Piva, dois clínicos gerais atendem apenas os pacientes que já estavam internados na unidade. Enquanto isso, a Secretaria corre contra o tempo para tentar restabelecer as escalas e reabrir os plantões. Contudo, segundo o secretário interino, Carlos Noronha, não há como substituir 126 profissionais de forma imediata.

“Já temos médicos no credenciamento entregando seus documentos e buscando outros, mas não está sendo fácil e isso deve ocorrer progressivamente”, diz Noronha, ao apontar ser preciso garantir um grau de segurança para reabrir os plantões com ao menos três médicos em cada equipe.

“Conseguimos reabrir no Nestor Piva ontem à noite, mas voltou a ficar restrito às cinco horas da manhã porque temos apenas dois médicos e é preciso impedir a desassistência aos que já estão internados aqui”, completa o secretário.

As informações são da TV Atalaia.

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